quarta-feira, novembro 14, 2007

FESTEJOS SEM CERIMÓNIAS

No último concerto da digressão de "Edição Ilimitada", o seu quarto álbum de originais, a anteceder o lançamento de "Matéria Prima", restrospectiva da banda a editar no início de 2008, os Mind da Gap recordaram quinta-feira na Aula Magna momentos das várias fases da sua carreira.

Acolhido por fãs acérrimos, recém-convertidos e alguns curiosos, o trio de Ace, Presto e Serial não demorou muito a lançar ondas de energia pela sala, desafiando o público, incitando-o a dançar e a não permanecer sentado em várias ocasiões. O convite foi sempre correspondido, o que fez com que, embora o recinto estivesse apenas com cerca de metade da lotação, o concerto nunca tenha perdido o ritmo, mantendo um dinamismo regular do início ao fim.

Contudo, se não houve momentos mortos, também não foram muitos os memoráveis, em parte devido ao alinhamento, com temas demasiado semelhantes, mas também ao som, que não deixou que as palavras disparadas por Ace e Presto fossem sempre perceptíveis.
Isto não pareceu incomodar a maioria dos que lá estiveram, já que os aplausos foram constantes, os pedidos de músicas também, e o bom-humor dos dois MCs encarregou-se de gerar vários episódios curiosos. Ace foi especialmente mordaz em breves comentários ao cenário político ou ao entretenimento televisivo, conquistando a adesão imediata do público, ao qual dirigiu diversos agradecimentos.

Ao longo de duas horas, o grupo portuense ofereceu um medley com alguns dos seus principais temas, convidou Maze, dos Dealema, para duas colaborações e revisitou os seus quatro álbuns de originais, não esquecendo canções obrigatórias como "Falsos Amigos" ou "Todos Gordos", intercaladas por êxitos mais recentes como "Não Stresses" ou "Tilhas? São Sapatilhas".
O já velhinho "Dedicatória", primeiro single do disco de estreia, "Sem Cerimónias" (que celebra dez anos), foi um dos pontos altos, confirmando-se ainda como um tema essencial do hip-hop feito por cá, e será o cartão de visita da compilação "Matéria Prima".

Com a química entre banda e público a compensar alguma falta de surpresas ou rasgos, a actuação chegou para atestar a boa forma dos Mind da Gap e terá sido uma oportunidade para alguns dos espectadores se terem inciado nos concertos - a julgar pela faixa etária de muitos e pelo facto de outros tantos terem começado a sair antes do encore. Espera-se que hajam outras, tanto para o público como para o grupo.

E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM




Entrevista aos Mind da Gap

2 comentários:

Spaceboy disse...

Eu acho que foi estranho. Eles esforçaram-se, mas ver um concerto de hip hop com cadeiras não resulta, e depois as bocas da rapariga e um segurança completamente imbecil que para o fim nos estragou o concerto. Eles são bons, esforçam-se para isso, mas quero vê-los noutro cenário, que este não foi o apropriado.

gonn1000 disse...

Podia ter sido melhor, sim, mas se não o foi a culpa não foi tanto deles - tirando as fortes semelhanças de alguns temas -, mas de uma sala apenas a meio e do espaço não ser, de facto, o mais apropriado para uma banda destas (no segurança não reparei). Não sou propriamente fã deles, mas acho que se empenharam.