quarta-feira, agosto 08, 2007

FESTA A MEIO GÁS

Mika fez-se notar através de “Grace Kelly”, single que tomou de assalto rádios e televisões com uma atitute pop ostensiva e desavergonhada, tanto pelas piruetas vocais do cantor como pela melodia que não escondia a descendência de Freddie Mercury ou Elton John. É uma daquelas canções que, goste-se ou odeie-se (e é bem capaz de gerar reacções díspares), insiste em não sair da cabeça tão cedo, característica presente em muitas outras de “Life in Cartoon Motion”, álbum de estreia do jovem cantor e compositor anglo-libanês.

O disco segue a tendência garrida desse cartão de apresentação, apostando numa pop imediata e eficaz, embora geralmente mais banal do que inventiva, onde a preocupação parece ser evidenciar a produção limpinha, a voz do cantor e não tanto as suas capacidades na composição.
O imaginário fantasioso, delirante e criativo sugerido pela apelativa capa raramente ganha forma, ainda que se encontrem aqui dois ou três momentos promissores. “Love Today”, solarengo hino ao amor, é uma contagiante canção feelgood, e “Relax (Take It Easy)” é outro tema que se destaca pela fórmula pop apurada, soando a uma hipotética versão dos Scissor Sisters de um single clássico dos Frankie Goes to Hollywood.

“Big Girl (You Are Beautiful)”, mais um episódio minimamente infeccioso; “Lollipop”, que recorre a coros infantis; ou “Billy Brown”, irónica crónica da vida de um homem com medo de “sair do armário”; são outros temas curiosos, mesmo que longe de memoráveis.

Se quando o ritmo é dinâmico e a atmosfera é animada Mika até nem se sai mal, os resultados são menos auspiciosos quando se centram na melancolia e desilusão - é o caso das desinspiradas baladas “Happy Ending”, “Over My Shoulder” e sobretudo “My Interpretation”, que convocam a faceta mais convencional e preguiçosa de um Robbie Williams ou mesmo de um James Blunt (e isto sim, já é bem preocupante).
Felizmente, estes momentos surgem com menor frequência, e por isso “Life in Cartoon Motion” ainda consegue ser um aceitável disco de pop comercial e sazonal, com capacidade para oferecer alguns hits antes de cair num quase inevitável esquecimento geral. Excepção feita, claro, aos que acreditam em parte da imprensa britânica, que diz ter encontrado aqui uma das próximas next big things

E O VEREDICTO É: 2/5 - RAZOÁVEL



Mika - "Love Today"

15 comentários:

Unknown disse...

...
2/5?
2/5 é razoável?

tss tss

Hugzz sem Mika :P

gonn1000 disse...

Sim... não??

Qual é que costumas passar nas tuas sessões, a "Grace Kelly" ou a "Love Today"? De repente não me lembro... :P

Hasta :)

Anónimo disse...

Já ouvi o album. Não gostei. Exceptuando 2 musicas, a Grace Kelly e a... Relax take it eaaaaaaaaassssyyyyyy, não gostei de nada.

Dark Electronic disse...

I...hate....Mika =|

gonn1000 disse...

Ricardo: A minha primeira reacção foi de aversão, mas ouvindo bem há algumas coisas que se safam.

Dark Electronic: O ódio faz-te mal, segue o lema dele e "Love Today" :P

Anónimo disse...

É um registo diferente e bastante comercial também.
Digamos tem músicas que viciam e ficam no ouvido ao primeiro som, mas que se esgota facilmente depois de algum tempo.
Nao deixa de ser interessante, no mínimo.

gonn1000 disse...

Sim, não é disco que dure muito tempo, alguns temas nem mais de uma audição.

André disse...

EU NÃO POSSO COM ESTE MIKA!!!!!!!!!!!

gonn1000 disse...

LOL, parece que está aberta a caça ao homem (salvo seja).

kimikkal disse...

Dentro da onda ele-ela, continuo a preferir os Scissor Sisters.

gonn1000 disse...

Eu também, apesar de tudo, mas nenhuns me convencem especialmente.

Unknown disse...

...

gonn1000 disse...

Pronto, pronto, era uma piada, o Kraak não passa Mika (mas olha que há uma remistura engraçada dos Bonde do Rolê para "Big Girl (You Are Beautiful)").

Jorge Oppenheim disse...

Não há paciência para o mika até é verdade...

Mas os fenómenos intelectualóides do mundo da música criam estes preconceitos que até me fazem rir!

Burn Mika, Burn...

eheheeh

gonn1000 disse...

Para a "Grace Kelly" também nunca tive muita paciência, é verdade, o resto do disco tem os seus momentos (não muitos). Acho que nem tenho muitos preconceitos em relação ao rapaz, já que ouvi o álbum várias vezes antes de escrever sobre ele.