Estreia na realização da actriz Valeria Bruni Tedeschi, “É Mais Fácil um Camelo...” (Il Est Plus Facile Pour un Chameau...) segue o quotidiano de Federica, uma mulher com tanto de rica como de desorientada que não consegue ter uma vida tranquila devido à culpa por ter uma conta bancária consideravelmente recheada.
Incapaz de encontrar um rumo que a oriente, a protagonista de “É Mais Fácil um Camelo...” tenta redimir-se através de regulares confissões a um padre enquanto se arrasta num pouco auspicioso dia-a-dia passado com o namorado que não a compreende, o amante que insiste em não a largar ou uma família que, apesar de abastada, é a prova viva e que o dinheiro nem sempre traz felicidade.
Oscilando entre o drama realista e a comédia de costumes, o filme proporciona um olhar com tanto de sarcástico como de desencantado sobre as relações humanas, as desigualdades sociais e os conflitos culturais, apostando em atmosferas intimistas alicerçadas nas personagens.
Apresentando um trabalho de realização sem rasgos, mas competente, e um argumento curioso, mas algo fragmentado e de interesse desigual, “É Mais Fácil um Camelo...” vale sobretudo pelos actores, desde os secundários – principalmente Chiara Mastrioanni ou Lambert Wilson – até à protagonista.
Valeria Bruni Tedeschi, que aqui assume as funções de realizadora e actriz, não se sai mal na primeira mas convence mais na segunda, oferecendo um desempenho credível e espontâneo (numa personagem distante das que encarnou em “Quem me Amar Irá de Comboio” ou “5x2”, mas igualmente conseguida).
Embora a sua estreia possua fragilidades naturais numa primeira-obra, Tedeschi revela-se uma cineasta promissora, pois “É Mais Fácil um Camelo...”, mesmo não sendo uma obra especialmente inspirada, é uma agradável experiência cinematográfica que não envergonha ninguém. Recomendável para quem procura um filme ligeiro e simpático mas com algo a dizer.
E O VEREDICTO É: 2,5/5- RAZOÁVEL
4 comentários:
Há que realçar os filmes em que concordamos. Como já tinha dito no meu comentário, falta alguma estaleca a Tedeschi enquanto realizadora. Estreia agradável, mesmo assim.
Sim, o filme tem os seus desequilíbrios, mas não deixa de ser interessante...
É um feeling-good movie. :-)
Sim, embora também seja bastante melancólico por vezes...
Enviar um comentário