segunda-feira, novembro 28, 2005

OS SETE MAGNÍFICOS

Nos últimos anos, nomes como Ang Lee ou Zhang Yimou têm contribuído para que o público ocidental tome maior contacto com produções asiáticas, em particular o épico, género que é há muito trabalhado nessas cinematografias mas que permanecia relativamente distante de uma grande faixa de espectadores.

Tsui Hark, embora não tenha tido tanta visibilidade ultimamente, é considerado outro mestre do cinema chinês e regressa à realização com “Sete Espadas” (Seven Swords/ Qi jian), o primeiro capítulo de uma saga de vingança, amor, guerra e traição centrada num grupo de sete guerreiros a quem foram entregues espadas especiais que os ajudarão a combater mercenários enviados por um cruel oficial militar.

Ambientado na China do século XVII durante a dinastia Ching, o filme relata a persistência dos habitantes da Vila Marcial, uma pequena povoação que recusa abandonar o culto e prática das artes marciais, tradição proibida (e punida) pelo novo governo. Assim, são forçados a enfrentar muitos e ameaçadores antagonistas que os excedem em número e técnica, mas as setes espadas e aqueles que as utilizam poderão ainda trazer alguma esperança a um cenário cada vez mais caótico.

“Sete Espadas” é uma obra ambiciosa que equilibra cenas as obrigatórias sequências de artes marciais com múltiplas histórias de amor amarguradas e larger than life, suscitando uma reflexão acerca do poder, do heroísmo e da lealdade, mas Tsui Hark não consegue criar aqui o épico de grande fôlego que ambiciona.
É certo que há cenas de acção suficientemente abrasivas e pujantes, com batalhas bem coreografadas e filmadas, mas a superabundância de personagens (muitas mal aproveitadas) e de enredos torna a película difícil de digerir a espaços, uma vez que o argumento é algo confuso e disperso.

Aproximando-se do romantismo de “O Tigre e o Dragão” e da energia visual de “O Segredo dos Punhais Voadores” (a sombra de Akira Kurosawa também se faz sentir), “Sete Espadas” não é tão refrescante como essas referências, mas possui ainda uma solidez e eficácia assinaláveis, mesmo sendo um filme irregular que fica abaixo do seu potencial.
No entanto, esta versão, de 153 minutos de duração, foi encurtada, pois a original tinha 240, o que poderá explicar a ocasional desorientação a que o espectador está sujeito devido a um argumento que se sente não ter sido devidamente trabalhado. Uma proposta recomendável, de qualquer forma, pelo menos para apreciadores do género.
E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM

6 comentários:

Nic disse...

ainda o nao vi... mas sinceramente ja' me farta um pouquito os epicos medievais sinicos!
nao sera' mais do mesmo?

gonn1000 disse...

Sim, não acrescenta muito a alguns que referi, mas ainda assim não desmerece uma espreitadela.

susana disse...

Esqueceste de referir dentro do género "Herói", uma película que até foi nomeada e do mesmo realizador do filme "Punhais voadores"!

gonn1000 disse...

Não me esqueci, apenas não gostei especialmente desse filme e por isso não o referi.

Anónimo disse...

Este perdi no cinema por falta de tmpo, com gde pena minha...

gonn1000 disse...

Não esteve muito tempo nas salas, mas também não o considero essencial.