Uma das interessantes revelações provenientes do Canadá nos últimos anos, os Metric editaram em 2003 "Old World Underground, Where Are You Now?", caracterizado por um apelativo rock de contornos indie, adornos electrónicos q.b. e pontuais temperos new wave, que lhes assegurou uma boa estreia em álbum após as pistas deixadas no EP "Static Anonymity" dois anos antes.
Em "Live It Out", de 2005, a banda não reformula muito a sua proposta sonora, mantendo-se nos mesmos domínios mas sendo ainda capaz de criar canções quase sempre imediatas, com uma precisão pop por vezes invejável.
Em "Live It Out", de 2005, a banda não reformula muito a sua proposta sonora, mantendo-se nos mesmos domínios mas sendo ainda capaz de criar canções quase sempre imediatas, com uma precisão pop por vezes invejável.
A voz de Emily Haines adapta-se com facilidade às atmosferas dos temas, ora emanando atitude e visceralidade, ora entregando-se a uma candura absorvente, injectando um considerável cunho pessoal às composições do grupo. A nível instrumental os resultados não são menos coesos, já que a tendência de aliar a energia das guitarras à elegância das electrónicas - utilizadas de forma subtil - revela-se bem conseguida, mesmo que hoje essa prática já esteja longe de ser uma novidade.
À semelhança do seu antecessor, "Live It Out" demonstra que os Metric são músicos e compositores seguros, que aliam sem dificuldade melodias cativantes a um experimentalismo moderado, mas se isso lhes garante uma selecção de boas canções não é suficiente, por enquanto, para os tornar numa banda capaz de grandes feitos.
Há, ainda assim, dois ou três temas de excepção a registar. O primeiro, "Empty", é um deles, e também o que tem a estrutura menos convencional, sendo sereno nos momentos inciais e finais e interrompido por uma inesperada - embora muito bem-vinda - explosão de guitarras, funcionando enquanto uma aliciante entrada para o disco e uma daquelas raras canções que mesmo após várias audições ainda surpreende.
A bilingue "Poster of a Girl", onde Haynes canta em inglês e francês, baseia-se numa feliz junção de teclados e electrónica para gerar o episódio mais dançável do álbum, e apesar de se prolongar em demasia dificilmente será recusado numa pista de dança. O melhor momento surge, no entanto, já na recta final, com "The Police and the Private", canção simultaneamente delicada e arrepiante om uma vocalista em estado de graça.
À semelhança do seu antecessor, "Live It Out" demonstra que os Metric são músicos e compositores seguros, que aliam sem dificuldade melodias cativantes a um experimentalismo moderado, mas se isso lhes garante uma selecção de boas canções não é suficiente, por enquanto, para os tornar numa banda capaz de grandes feitos.
Há, ainda assim, dois ou três temas de excepção a registar. O primeiro, "Empty", é um deles, e também o que tem a estrutura menos convencional, sendo sereno nos momentos inciais e finais e interrompido por uma inesperada - embora muito bem-vinda - explosão de guitarras, funcionando enquanto uma aliciante entrada para o disco e uma daquelas raras canções que mesmo após várias audições ainda surpreende.
A bilingue "Poster of a Girl", onde Haynes canta em inglês e francês, baseia-se numa feliz junção de teclados e electrónica para gerar o episódio mais dançável do álbum, e apesar de se prolongar em demasia dificilmente será recusado numa pista de dança. O melhor momento surge, no entanto, já na recta final, com "The Police and the Private", canção simultaneamente delicada e arrepiante om uma vocalista em estado de graça.
"Live It Out" não chega a ser um disco brilhante porque não mantém a vibração de temas deste nível, contendo também alguns pouco memoráveis como "Glass Ceiling", suportado num indie rock cru algo genérico, ou "Ending Start", agradável mas apenas regular. O abrasivo "Monster Hospital" remete inevitavelmente para "I Fough the Law", dos Clash, e mesmo sendo uma eficaz descarga de adrenalina fica aquém do que poderia atingir.
Vale a pena, todavia, continuar a acompanhar os Metric, pois embora "Live It Out" não tenha consideráveis avanços em relação ao registo anterior é um disco que exibe solidez e consegue ser muito infeccioso a espaços. Recomenda-se, sobretudo, a quem goste de vocalistas carismáticas envoltas em ambientes nos arredores de uns Furslide, Shivaree, Cardigans ou Yeah Yeah Yeahs.
Vale a pena, todavia, continuar a acompanhar os Metric, pois embora "Live It Out" não tenha consideráveis avanços em relação ao registo anterior é um disco que exibe solidez e consegue ser muito infeccioso a espaços. Recomenda-se, sobretudo, a quem goste de vocalistas carismáticas envoltas em ambientes nos arredores de uns Furslide, Shivaree, Cardigans ou Yeah Yeah Yeahs.
E O VEREDICTO É: 3,5/5 - BOM
Metric - "Poster of a Girl"
11 comentários:
o meu blog fez 2 anos! obrigado pela tua atençao, e por o teres linkado.
De nada, e parabéns.
Foi um bom álbum de 2006. O problema é quando a Emily decidi fazer um álbum a solo... Para mim, este foi um flop.
decide*
Do álbum a solo ouvi poucas canções mas, embora tenha gostado, também prefiro a Emily com os Metric.
Está publicado: http://phono.com.sapo.pt/m_albuns/metric_liveitout.htm
Abraço
SP
Ena, até trabalhas aos fins-de-semana...
Fica bem :)
Adorei esta música.
Conheço bem pouco dos Metric. Apenas uns singles aqui, outros acolá. Inspirou-me a buscar mais sobre (:
Abraços.
Ainda bem, tanto o primeiro como o segundo disco são bastante recomendáveis, acho que não vais ficar desiludido.
Fica bem :)
excelente crítica.parabens pelo blog.gostava de ter o teu contacto para te enviar alguns cds promocionais.se estiveres interessado dá luz verde para david(at)team.jud.as. abraço e continua o bom trabalho.
Obrigado. Já respondi, gostei das bandas :)
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