"Un Jour d'Été" é a primeira longa-metragem do francês Franck Guérin, que aqui se centra na reacção de um adolescente à morte do melhor amigo, ocorrida devido à queda de uma baliza num jogo de futebol na pequena localidade rural em que vivem. O filme segue a angústia que toma conta do protagonista após a situação, assim como a forma como a tenta colmatar aproximando-se da mãe do amigo, da qual se torna confidente, ajudando-a a suportar uma perda abrupta.
Guérin constrói aqui um drama sóbrio, contemplativo e minimalista, que aos poucos vai gerando uma considerável carga dramática que vive muito da gestão de olhares e silêncios. Há cenas magnéticas nos momentos de introspecção do protagonista, e o realizador sabe criar uma aliança hipnótica entre som e imagem, para a qual contribui uma banda-sonora instrumental discreta, mas envolvente, de Sebastien Schuller.
Guérin constrói aqui um drama sóbrio, contemplativo e minimalista, que aos poucos vai gerando uma considerável carga dramática que vive muito da gestão de olhares e silêncios. Há cenas magnéticas nos momentos de introspecção do protagonista, e o realizador sabe criar uma aliança hipnótica entre som e imagem, para a qual contribui uma banda-sonora instrumental discreta, mas envolvente, de Sebastien Schuller.
Marcado por cenas de beleza assinalável, "Un Jour d'Été" nem sempre conta com uma narrativa tão conseguida, sobretudo na segunda metade, onde Guérin se perde em indecisões quanto ao rumo das suas personagens. Ao tentar funcionar simultaneamente como retrato da adolescência, da perda de alguém próximo, dos constrangimentos das pequenas comunidades ou das fronteiras entre a amizade e o amor, o filme acaba por se tornar demasiado disperso, já que não chega a aprofundar todos.
De qualquer forma, esta é ainda uma obra auspiciosa, e mesmo que o desenlace deixe algumas pontas soltas no argumento "Un Jour d'Été" apresenta um olhar complexo sobre as arbitrariedades da vida, revelando um evidente apuro estético e uma direcção de actores que reforça o realismo das situações. Já é mais do que suficiente para justificar a sua descoberta.
De qualquer forma, esta é ainda uma obra auspiciosa, e mesmo que o desenlace deixe algumas pontas soltas no argumento "Un Jour d'Été" apresenta um olhar complexo sobre as arbitrariedades da vida, revelando um evidente apuro estético e uma direcção de actores que reforça o realismo das situações. Já é mais do que suficiente para justificar a sua descoberta.
E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM
Filme apresentado na 11ª edição do Queer Lisboa, que termina hoje no cinema São Jorge
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