Apesar de contar já com uma carreira longa, Bill Murray tornou-se decididamente numa figura de culto ao ser um dos protagonistas de “Lost in Translation - O Amor é um Lugar Estranho”, de Sofia Coppola, assumindo-se como um dos ícones do cinema independente actual, posição reforçada pela regular presença nos filmes de Wes Anderson.
Outro nome incontornável do cinema independente – e, de resto, um dos seus fundadores -, Jim Jarmusch, apresenta em “Broken Flowers – Flores Partidas” um filme à medida do actor, no sentido em que a sua obra mais recente é mais um veículo para Murray sedimentar o tipo de papel pelo qual se tem demarcado nos últimos projectos, para o melhor e (sobretudo) para o pior.
Outro nome incontornável do cinema independente – e, de resto, um dos seus fundadores -, Jim Jarmusch, apresenta em “Broken Flowers – Flores Partidas” um filme à medida do actor, no sentido em que a sua obra mais recente é mais um veículo para Murray sedimentar o tipo de papel pelo qual se tem demarcado nos últimos projectos, para o melhor e (sobretudo) para o pior.
Lacónica e minimalista, a película alicerça-se em Don Johnston, um “Don Juan” cinquentão e solitário que, apesar da riqueza monetária, parece ser refém de uma apatia que invade o seu dia-a-dia, mantendo uma postura distante perante os outros, incluindo a sua namorada Sherry (Julie Delpy, num cameo logo ao início), que o abandona.
Contudo, a chegada de uma carta de uma suposta ex-namorada revela que Don tem um filho de 19 anos que desconhece, o que o leva a revisitar o seu passado, em particular algumas das mulheres que marcaram a sua vida e que lhe poderão ter enviado essa revelação.
Entre o drama (insípido) e o humor (com pretensões de subtileza mas quase sempre nulo), “Broken Flowers – Flores Partidas” segue a bocejante viagem do seu protagonista em busca de respostas e apresenta o seu reencontro com quatro ex-amantes, que embora sejam bastante diferentes têm em comum um contacto próximo com a solidão e um certo desencanto.
Contudo, a chegada de uma carta de uma suposta ex-namorada revela que Don tem um filho de 19 anos que desconhece, o que o leva a revisitar o seu passado, em particular algumas das mulheres que marcaram a sua vida e que lhe poderão ter enviado essa revelação.
Entre o drama (insípido) e o humor (com pretensões de subtileza mas quase sempre nulo), “Broken Flowers – Flores Partidas” segue a bocejante viagem do seu protagonista em busca de respostas e apresenta o seu reencontro com quatro ex-amantes, que embora sejam bastante diferentes têm em comum um contacto próximo com a solidão e um certo desencanto.
Jarmusch poderia ter feito aqui uma interessante obra sobre o confronto com o passado, a paternidade, o envelhecimento ou a procura do amor, mas deita tudo a perder ao carregar de tiques a personagem de Bill Murray que, de forma nada surpreendente, se limita a fazer de si próprio, ou seja, manter uma expressão blasé e debitar frases monocórdicas, o que alguns consideram underacting magistral mas que já começa a tornar-se francamente entediante.
Se o protagonista não gera qualquer empatia, os secundários não são muito mais interessantes, já que Sharon Stone, Frances Conroy, Jessica Lange e Tilda Swinton desperdiçam o seu talento na interpretação de quatro figuras sem substância, tornando o filme num penoso concentrado de personagens apáticas que apenas despertam indiferença.
Com uma estrutura episódica e planos longos, “Broken Flowers – Flores Partidas” é uma experiência redundante que nada traz de novo, pelo contrário, repisa território gasto do cinema independente e evidencia os seus piores lugares-comuns, oferecendo momentos contemplativos mas ocos, confundindo simplicidade com escassez de ideias e com um argumento anémico. Salvam-se da mediocridade alguns bons planos e escassos diálogos inspirados, sobra um road movie quase sempre banalíssimo.
E O VEREDICTO É: 1,5/5 - DISPENSÁVEL
12 comentários:
O filme é uma seca descomunal. Quanto a mim só vale pelo Bill Murray e pelo Jeffrey Wright que também faz um bom papel.
Ok. E pela cena da Lolita! Tu sabes do que eu estou a falar!
Acho que estamos completamente em desacordo em relação a este trabalho do Jim Jarmush :o. Acho melhor nem comentar :P lol.
Abraço
Nuno: Grande seca, mesmo. É isto que ganha prémios em Cannes? Enfim...
Pois, a Lolita apareceu um pouco a despropósito, mas mais valia terem feito um filme só dela :)
SOLO: Estamos mesmo??? Pensa lá bem :P
Completamente dispensável! Dormi uma sorna e tudo no cine :P
Hugžž com sono
Sim, é uma boa cura para as insónias. Ao menos sempre serve para alguma coisa...
Não concordo nada, mas pronto! Também não sou entendida no assunto... Apenas, gostei! :)
E estás no teu direito. Eu até gostava de ter gostado, mas pronto...
Um dos melhores filmes do ano passado. Mais uma prova que não percebes nada disto. :p
Abraços
É todo teu, diverte-te, que a mim bastou uma vez...
Eu que até estou em desacordo muitas vezes com o meu amigo blogger Gonçalo, desta vez devo concordar. O filme é uma valente seca, sem nexo algum e com Bill Murray mais uma vez a fazer de... Bill Murray (O que já chateia).
cUMPRIMENTOS,
Sérgio Lopes
Alguma vez teríamos de concordar, ao menos o filme serviu para isso :)
Este, na minha opinião é daqueles filmes que se ama ou odeia...eu amei.São opiniões, e para mim o simples facto de provocar tanta divergência de opiniões torna o filme ainda melhor...
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