quinta-feira, junho 09, 2005

CAÇA AO TESOURO

Com o considerável sucesso de "O Tesouro", de Jon Turteltaub, e a promessa de um novo episódio da saga de Indiana Jones para breve, o cinema de aventuras parece estar a regressar quando já ameaçava cair no esquecimento geral.

"Sahara", de Breck Eisner, é um exemplo recente dessa tendência, desenrolando-se nos quentes e inóspitos desertos africanos e propondo uma sessão marcada por puro entretenimento despretensioso.

A premissa centra-se na busca empreendida por dois caçadores de tesouros, Dirk Pitt e Al Giordino (interpretados por Matthew McConaughey e Steve Zahn, respectivamente), que pretendem encontrar um antigo navio naufragado no Mali período da Guerra Civil Americana.
Em simultâneo, a médica Eva Rojas (Penélope Cruz), da Organização Mundial de Saúde, tenta descobrir a origem de uma trágica epidemia que afecta a população do mesmo local. Os caminhos dos três protagonistas acabam por se entrecruzar e conduzir a uma série de peripécias marcadas pelo risco e mistério.

Partindo de uma premissa pouco criativa, "Sahara" apresenta uma execução não muito ambiciosa e raramente surpreende, mas contém um ritmo conseguido e oferece algumas eficazes descargas de adrenalina e vibração.
Breck Eisner não expõe traços de inspiração acima da média enquanto realizador, mas também não deixa o filme cair na monotonia, propondo uma aventura que, não sendo antológica, é suficientemente agradável de seguir.

Os desempenhos dos actores são aceitáveis, e a dupla McConaughey/ Zahn suscita alguns bons gags, já Penélope Cruz irradia pouco carisma numa prestação sem chama, embora isso não prejudique muito o filme uma vez que este não se centra nas personagens mas antes na acção e suspense. De resto, William H. Macy, num dos papéis secundários, consegue, apesar de tudo, ajudar a dar alguma credibilidade ao elenco.

Não procurando ser mais do que um blockbuster escapista com propósitos lúdicos (ainda que haja uma mensagem ecológica ou um olhar sobre certas culturas africanas), "Sahara" cumpre os seus objectivos de filme-pipoca, sendo descartável mas nem por isso negligenciável.
Claro que quem esperar personagens com substância sairá defraudado com a unidimensionalidade das caracterizações - sobretudo as dos vilões, figuras demasiado planas -, mas os arquétipos os protagonistas resultam e tornam este projecto de Breck Eisner num curioso "pastiche" de um cinema de outros tempos, sendo a trilogia "Indiana Jones" a referência mais óbvia.
Quem estiver disposto a um desbragamento sem grande profundidade poderá, assim, divertir-se durante duas horas de boa disposição e de escassas aspirações intelectuais.

E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVEL

6 comentários:

emot disse...

O Sahara é, de facto, muito fraco. Especialmente por querer apenas ser um blockbuster. Mas até aí falha em parte por ter demasiados clichés... e alguns deles exagerados! Mas gostei da quimica entre Steve Zahn e McCoughney. E também concordo com o ritmo ser minimante atraente.

gonn1000 disse...

Sim, tem clichés e cenas muito exageradas, mas como não esperava muito também não me desiludiu. Um filme decente para um sábado à tarde de preguiça...

Anónimo disse...

Apesar do que se diz, ainda gostava de ver o filme. Não sei porque mas gosto de filmes passados no deserto,lol.
Mas por agora, só vos aconselho a todos (principalmente ao Gonçalo) a ir assistir ao "Sin City". GRANDE filme =)!

Cumprimentos cinéfilos

gonn1000 disse...

Pelo menos em DVD não desmerece uma espreitadela, se és fã do género. O "Sin City" ainda não vi, mas o trailer é um assombro e adoro BD, por isso em breve espreito isso.

Bons filmes

Gustavo H.R. disse...

Depois de NATIONAL TREASURE, estou farto de produções americanas que são rip-offs de INDIANA JONES. Basta...

gonn1000 disse...

É um "rip-off", sim, mas podia ter sido pior...Enquanto o novo Indy não chega este ainda vai servindo para saciar os fãs do género...