sábado, março 05, 2005

A CASA DOS ESPÍRITOS

Se com "O Aviso" (The Ring), remake norte-americano do filme de culto japonês "Ringu", o realizador Gore Verbinsky já tinha aguçado o interesse dos produtores ocidentais pelo cinema de terror nipónico, o cineasta Sam Raimi ("O Plano", a saga de "Homem-Aranha") dá continuidade a essa tendência ao incentivar o remake de "Ju-On", outro título de sucesso no mercado japonês.

Nesta nova versão, "The Grudge - A Maldição", Raimi assume a função de produtor e a realização é entregue a Takashi Shimizu, que já tinha dirigido o título original.
O filme é mais uma variação sobre mansões assombradas, e a mais recente vítima é uma estudante norte-americana que estuda no Japão e que, ao efectuar mais um serviço de auxílio social, apercebe-se que a casa onde cumpre o mais recente trabalho possui uma atmosfera estranhamente invulgar e sinistra. O panorama torna-se ainda mais inquietante quando se descobre que a casa está interligada a uma série de acontecimentos trágicos.

Os primeiros minutos de "The Grudge - A Maldição" apresentam o mote para uma proposta de terror e fantástico que, se não parte de ideias particularmente originais, pelo menos aparenta ser uma experiência competente dentro do género, com destaque para a eficaz utilização do som, alguns movimentos de câmara razoavelmente intrigantes e flashbacks estrategicamente colocados de modo a prolongar o suspense.
Contudo, depois desses primeiros momentos escorreitos, "The Grudge - A Maldição" torna-se num filme cada vez menos envolvente e criativo, apostando em estafados "clichés" que dominam muitos títulos semelhantes.

A protagonista, Sarah Michelle Gellar (vulgo Buffy, a caçadora de vampiros), já está habituada a este tipo de registos, mas a sua esforçada interpretação não consegue convencer dado que a jovem recorre à inexpressividade que a caracteriza. Os restantes elementos do elenco não são muito melhores, uma vez que nenhum deles apresenta um desempenho acima da média (nem mesmo Bill Pullman, que não se sabe ao certo o que está lá a fazer...). Parte do problema é que os actores não têm propriamente personagens para defender, apenas figuras sem densidade que se limitam a seguir os pré-requisitos de um cinema de terror convencional e nada surpreendente. O argumento também é banal e mal trabalhado, proporcionando uma revelação final estereotipada e um desenlace sem qualquer nexo, recorrendo aos piores lugares comuns do género sobrenatural.

"The Grudge - A Maldição" tenta assustar, arrepiar e perturbar, mas as tácticas utilizadas dificilmente fascinam um espectador que já esteja familiarizado com as fórmulas do cinema de terror mainstream norte-americano. O resultado é um objecto previsível e descartável, que serve para acompanhar as pipocas mas nunca ameaça a digestão.

Se pelo menos aliasse os (supostos) ambientes de terror a algum humor negro, talvez "The Grudge - A Maldição" se tornasse numa obra curiosa e tragável – como os recentes "A Cabana do Medo", de Eli Roth, ou “A Casa dos 1000 Cadáveres”, de Rob Zombie -, mas assim não passa de mais um filme plano e muito pouco estimulante. Não que isso impossibilite uma sequela, que já está a ser preparada e deverá chegar às salas no próximo ano...

E O VEREDICTO É: 1/5 - DISPENSÁVEL

8 comentários:

Anónimo disse...

Já tinha andado por aqui algumas vezes... mas só hoje dei um pulo à tua rádio... e qual foi a 1ª música q ouvi? "m3d1c4t10n" dos GARBAGE... ORGASMO! :p Eu simplesmente adoro os G... Btw, já escutaste o nobo single, WDYLM? Fica bem
Aquele abraxu
JD

gonn1000 disse...

Ainda bem que gostaste...Eu também adoro os Garbage (aliás, um dos próximos posts é sobre eles), mas o novo single ainda não me convenceu muito :( espero que o disco seja melhor...

Fica bem ;)

Anónimo disse...

Sabes... só agora descobri a tua crítica ao Version 2.0... :p Sou tão... "distraído"! :p P'ra mim o melhor álbum é o 1º... e a melhor música... #1 Crush (original version)... pois a versão do filme Romeu+Julieta é... É!:p

JD

[p.s] - huuummm isso foi... um piscar de olho? ts ts ts... naun o faças... ainda ficas com um problema qualquer! :ppp

David Santos disse...

Como já sabes da critica do meu blog tb não tenho a mm opinião do filme. É pena que o argumento não tivesse sido trabalhado em redor da cultura japonesa dos mortos e o choque cultural com o ocidente (os americanos), às vezes tentou, as frases iniciais, a sequencia junto ao cemiterio e o dialogo com o detective, mas sem a profunidade devida e o interesse que merecia. É pena...

David Santos disse...

ops..um erro "tb tenho a mm opinião sobre o filme", assim está bem...é banalissimo

serebelo disse...

A característica das regras é, obviamente, a sua excepção. E se digo isto é porque concordo que a (vulgo) Buffy não seja uma actriz relevante para o mundo em geral e para mim em particular. Mas já a viste no Cruel Intentions? Quando me lembro desse filme, a sua recordação ainda me dá arrepios...

gonn1000 disse...

JD: Também prefiro o primeiro, mas ultimamente tenho ouvido mais o segundo. Considero a "#1 Crush" perfeita, assim como a "Nobody Loves You", "The Trick is to Keep Breathing" e "Vow".
ps: Era só uma forma de despedida lol, mas é mais indicado para a Shirley, realmente (dream on...):D

David: Foi mesmo mal aproveitado, talvez na sequela (?)

Serebelo: Não cheguei a ver o "Cruel Intentions", nunca me suscitou grande interesse, mas acordo com o que dizes parece que tem os seus atractivos. Fica para um dia destes...

Cláudia Fernandes disse...

Acho que o filme the groudge a maldição não é um mal filme sim falta um pouco de acção mas não está mau.
Sarah Michelle Gellar é uma boa actriz eu adorei a serie Buffy A CAÇADORA DE VAMPIROS.