Adaptação da peça “O Leque de Lady Windermere”, de Oscar Wilde, “Uma Boa Mulher” (A Good Woman) desenrola-se numa pequena localidade italiana dos anos 30, misturando drama e comédia para apresentar uma história marcada por amores desencontrados, boatos, intrigas e adultério.
Mrs. Erlynne deixa os ambientes da alta sociedade nova-iorquina devido a comentários acerca da sua reputação duvidosa, uma vez que era acusada de promiscuidade, sobretudo com homens ricos e casados. Assim, viaja para Amalfi, em Itália, local onde poderá dar continuidade às suas manobras de sedução, mantendo assim as condições financeiras à altura do seu estatuto social. Contudo, também aí a rede de boatos depressa ameaça colocar a sua imagem em causa, uma vez que as suas atitudes levam a que a relação do jovem casal Windermere se torne cada vez mais frágil e conturbada.
Satírico e divertido, “Uma Boa Mulher” oferece um olhar corrosivo sobre o quotidiano da burguesia, expondo as suas redes sociais caracterizadas por rígidas regras de etiqueta que escondem uma hipocrisia dissimulada mas bastante presente. Os diálogos, em particular os de algumas personagens secundárias, são vivos e críticos q.b., a as pequenas surpresas do argumento ajudam e evidenciar o jogo de aparências que envolve os elementos das classes mais abastadas.
Mike Barker, realizador pouco mediático com uma filmografia que inclui “Planos Ocultos”, thriller indie com uma jovem Reese Witherspoon, ou “Matar o Rei”, drama histórico protagonizado por Tim Roth, proporciona uma película competente e escorreita, mas também demasiado esquemática, aproximando-se, muitas vezes, do formato de uma correcta mas indistinta série televisiva.
Os cenários e o guarda-roupa convencem e as interpretações – de um elenco onde constam Helen Hunt, Scarlett Johansson e Tom Wilkinson – são seguras, mas o filme demora a arrancar, o ritmo da narrativa nem sempre é o mais envolvente, e o trabalho de Barker na realização é eficaz, mas algo impessoal.
“Uma Boa Mulher” é, assim, uma experiência cinematográfica agradável, mas pouco mais, nunca atingindo um nível de inventividade e ousadia que lhe permita subir acima de uma correcta mediania. Uma comédia de costumes que se vê sem esforço mas longe de memorável...
E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVEL
11 comentários:
O elenco parece-me ser muito bom (Helen Hunt, Scarlett Johansson e Tom Wilkinson num só filme!), e a premissa também não é má, mas como a critica arrasou o filme, acabei por não o ir ver. See ya
O filme não é excepcional, mas também não é assim tão mau como as críticas disseram. Já vi muito pior este ano...
Não conheço os contos (ou peças teatrais) de Oscar Wilde. Parece-me que esta adptação resvalou no lugar-comum e logo cairá no esquecimento, dado o lançamento pouco alardeado (no Brasil, saiu direto em vídeo).
Sim, não é um filme especialmente criativo, mas é aceitável e não desmerece uma espreitadela...
A Scarlett é deusa; talvez veja esse filme só por causa dela. E que bom que você também gostou de Edukators. :)
Enfim, não percebo mesmo esse fascínio generalizado em torno da Scarlett, se bem que ela aqui nem vai mal... E sim, "Os Edukadores" foi uma bela surpresa :)
Nem te atrevas a dizer mal da minha musa inspiradora :P!
Cumps. cinéfilos
Quem diz a verdade não merece castigo :P
Hum...estive a ler melhor a tua análise e concordo quando dizes que o filme "demora a arrancar". Mas depois lá vai melhorando. Análise em breve.
Anyway, a minha Scarlett esteve bem como sempre :).
Cumps. cinéfilos
Isso quer dizer que gostaste, então... Depois confirmo.
Sim, gostei...Daqui a uns dias confirmas no meu blog :).
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