Até então um realizador sem nada que o distinguisse de tantos outros, o norte-americano Mike Binder surpreendeu, em 2005, ao proporcionar uma das dramedies mais irresistíveis do ano, em "O Lado Bom da Fúria", onde uma brilhante Joan Allen contracenava com um recuperado Kevin Costner, gerando uma química conseguida ancorada num argumento coeso e cativante.
O seu novo filme, "Um Homem na Cidade" (Man About Town), despertava por isso alguma curiosidade, mesmo que o protagonista, Ben Affleck, fosse uma escolha no mínimo arriscada, não só pelos seus limitados méritos interpretativos mas também pelos flops que têm fragilizado a fase mais recente da sua carreira.
Infelizmente, a película acaba mesmo por ficar muito aquém do trabalho anterior do realizador, não tanto devido a Ben Affleck - que, não sendo excepcional, cumpre -, mas pela mistura entre comédia e drama raramente possuir a inspiração que fez de "O Lado Bom da Fúria" uma estimável surpresa.
O seu novo filme, "Um Homem na Cidade" (Man About Town), despertava por isso alguma curiosidade, mesmo que o protagonista, Ben Affleck, fosse uma escolha no mínimo arriscada, não só pelos seus limitados méritos interpretativos mas também pelos flops que têm fragilizado a fase mais recente da sua carreira.
Infelizmente, a película acaba mesmo por ficar muito aquém do trabalho anterior do realizador, não tanto devido a Ben Affleck - que, não sendo excepcional, cumpre -, mas pela mistura entre comédia e drama raramente possuir a inspiração que fez de "O Lado Bom da Fúria" uma estimável surpresa.
Esta história sobre um agente de argumentistas de séries de televisão que atravessa uma crise existencial, tendo de lidar com a instabilidade da empresa, a debilidade do pai ou a traição da esposa, não possui nem a densidade que faça com que a vertente dramática funcione nem um argumento que seja capaz de a coordenar eficazmente com os gags (muitos deles falhados) que vão surgindo no decorrer do filme.
O diário que a personagem de Affleck vai escrevendo para as suas aulas, que visam torná-lo numa pessoa mais decidida e confiante, atira "Um Homem na Cidade" para territórios próximos de um filme de auto-ajuda, sobrecarregando-o com diálogos ora pomposos ora melodramáticos (sobretudo nas cenas conjugais), tentando torná-lo numa obra séria e complexa mas cujo resultado é pouco mais do que insípido.
Ocasionalmente, Binder consegue gerar algumas sequências onde o humor ainda resulta, como no inesperado episódio em Chinatown ou nas últimas (e caóticas) cenas no escritório, mas estes fugazes desvios espirituosos ocorrem com menor frequência do que as bocejantes cenas ancoradas num anódino registo dramático.
De resto, não é nem pelo elenco (com uma Rebecca Romijn deslumbrante, é certo, mas sem uma grande personagem para defender, ou com um John Cleese igual a si próprio) nem pela realização (apenas competente) que "Um Homem na Cidade" encontra forma de fugir à indistinção, e se ainda consegue ser um filme tragável não deixa de constar entre as desilusões do ano. Visível, mas longe de memorável.
O diário que a personagem de Affleck vai escrevendo para as suas aulas, que visam torná-lo numa pessoa mais decidida e confiante, atira "Um Homem na Cidade" para territórios próximos de um filme de auto-ajuda, sobrecarregando-o com diálogos ora pomposos ora melodramáticos (sobretudo nas cenas conjugais), tentando torná-lo numa obra séria e complexa mas cujo resultado é pouco mais do que insípido.
Ocasionalmente, Binder consegue gerar algumas sequências onde o humor ainda resulta, como no inesperado episódio em Chinatown ou nas últimas (e caóticas) cenas no escritório, mas estes fugazes desvios espirituosos ocorrem com menor frequência do que as bocejantes cenas ancoradas num anódino registo dramático.
De resto, não é nem pelo elenco (com uma Rebecca Romijn deslumbrante, é certo, mas sem uma grande personagem para defender, ou com um John Cleese igual a si próprio) nem pela realização (apenas competente) que "Um Homem na Cidade" encontra forma de fugir à indistinção, e se ainda consegue ser um filme tragável não deixa de constar entre as desilusões do ano. Visível, mas longe de memorável.
E O VEREDICTO É: 2/5 - RAZOÁVEL
5 comentários:
Concordo.
;)
não concordo, porque não vi o filme. Ehehe.
O Markl também não concorda totalmente, e ele viu o filme...
http://www.havidaemmarkl.com/2006/08/um-ovni-nos-cinemas.html
Já tinha lido, e também não concordo totalmente com ele :P
Bem, parece que tive mais azar do que tu, já que ultimamente vi alguns filmes ainda piores ("A Casa da Lagoa", "O Sentinela", "Mafioso Quanto Baste", "Génesis", ...).
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