Primeira longa-metragem do japonês Nobuhiro Suwa, "2 Duo", de 1997, revela já alguns dos traços que caracterizam as obras seguintes do realizador, nomeadamente o olhar sobre a vida conjugal, o realismo impresso pelas interpretações de actores que recorrem à improvisação e uma singularidade formal, com planos fixos e longos e enquadramentos incomuns.
Em "2 Duo" o cineasta foca a relação de dois jovens, Yu e Kei, que vivem no mesmo apartamento e aí partilham uma série de momentos que tanto se aproximam de uma terna placidez e cumplicidade como de emoções à beira da combustão, onde vem ao de cima o pior de cada um deles.
À medida que o filme progride, o relacionamento do casal vai evidenciando as suas fragilidades, tornando-se cada vez mais fracturado. Suwa apresenta um duo de personagens disfuncionais, imprevisíveis e desencantadas, mas pouco empáticas, pois estão tão imersas nas suas convulsões emocionais que a sua presença se torna maçadora e por vezes mesmo irritante e penosa.
Alternando sequências centradas no quotidiano do casal com outras onde cada protagonista se expõe individualmente ao espectador (respondendo a perguntas do realizador), esta ficção com elementos documentais nunca consegue, em nenhuma dessas vertentes, fazer com que as tensões das personagens ganhem interesse, convidando a um afastamento e recusa progressivos.
Com uma narrativa elíptica que cedo se esgota, cenas maioritariamente monótonas e sem densidade e personagens cujas motivações ficam por esclarecer, "2 Duo" é um poderoso soporífero de uma hora e meia que parece ter o dobro da duração. Recomenda-se a quem sofra de insónias ou tenha paciência de chinês.
À medida que o filme progride, o relacionamento do casal vai evidenciando as suas fragilidades, tornando-se cada vez mais fracturado. Suwa apresenta um duo de personagens disfuncionais, imprevisíveis e desencantadas, mas pouco empáticas, pois estão tão imersas nas suas convulsões emocionais que a sua presença se torna maçadora e por vezes mesmo irritante e penosa.
Alternando sequências centradas no quotidiano do casal com outras onde cada protagonista se expõe individualmente ao espectador (respondendo a perguntas do realizador), esta ficção com elementos documentais nunca consegue, em nenhuma dessas vertentes, fazer com que as tensões das personagens ganhem interesse, convidando a um afastamento e recusa progressivos.
Com uma narrativa elíptica que cedo se esgota, cenas maioritariamente monótonas e sem densidade e personagens cujas motivações ficam por esclarecer, "2 Duo" é um poderoso soporífero de uma hora e meia que parece ter o dobro da duração. Recomenda-se a quem sofra de insónias ou tenha paciência de chinês.
E O VEREDICTO É: 1/5 - DISPENSÁVEL
Sem comentários:
Enviar um comentário