Após a estreia em Portugal no passado dia 3, no Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre, os Yard Dogs Road Show estiveram quinta-feira na Aula Magna, em Lisboa. As actuações integram-se na primeira digressão europeia do colectivo norte-americano, que se tem distinguido por uma amálgama de teatro, música e números circenses, reciclando influências díspares para gerar um combinado imprevisível e de difícil catalogação.
Abrangente e dinâmico, o espectáculo contou com sequências musicais, de representação ou de ilusionismo, diluindo as fronteiras das artes performativas e aliando-as ao longo de cerca de hora e meia cujo fio condutor pareceu ser a ausência de limites.
Abrangente e dinâmico, o espectáculo contou com sequências musicais, de representação ou de ilusionismo, diluindo as fronteiras das artes performativas e aliando-as ao longo de cerca de hora e meia cujo fio condutor pareceu ser a ausência de limites.
Contendo bailarinas aparentemente recrutadas num saloon texano de há mais de um século, engulidores de espadas, balões (!), fogo (!!) e sabres de luz (!!!), cantores de rock & roll de linhagem clássica e blues regado a álcool, insinuantes femme fatales ancoradas em desencantadas torch songs ou mesmo uma galinha surgida do nada, este road show proporcionou um incomum espectáculo de variedades sempre condimentado por uma consistente banda.
Tamanha diversidade e ousadia são salutares e por vezes intrigantes, mas o colectivo nem sempre conseguiu manter o ritmo e a capacidade de surpresa, demorando a arrancar e deslizando em algumas sequências pouco inspiradas ou mesmo cansativas, caso dos episódios roqueiros, de alguns momentos supostamente cómicos - suportados num burlesco irregular -, ou das canções em que o dinamismo abrandava para dar espaço a alguma modorra.
Tamanha diversidade e ousadia são salutares e por vezes intrigantes, mas o colectivo nem sempre conseguiu manter o ritmo e a capacidade de surpresa, demorando a arrancar e deslizando em algumas sequências pouco inspiradas ou mesmo cansativas, caso dos episódios roqueiros, de alguns momentos supostamente cómicos - suportados num burlesco irregular -, ou das canções em que o dinamismo abrandava para dar espaço a alguma modorra.
Mesmo assim, é difícil não reconhecer o profissionalismo e dedicação dos artistas, cuja entrega foi evidente e que pareceram estar a divertir-se tanto como boa parte do público (juntando-se a este para fotos, autógrafos e conversas à saída). Fulcrais para uma maior empatia foram ocasionais diálogos em português, muito além dos habituais agradecimentos e por isso mesmo inesperados.
Dos Yard Dogs Road Show fica então o registo de um competente, ainda que desequilibrado entretenimento offbeat, capaz de articular com segurança (sub)culturas distintas unidas num cabaret desregrado, trazendo à noite de ontem alguma poeira do velho Oeste (por vezes a lembrar a série televisiva de culto "Carnivàle") mas exibindo também ocasionais heranças dos desertos do médio oriente (onde não faltaram as emblemáticas danças do ventre).
Dos Yard Dogs Road Show fica então o registo de um competente, ainda que desequilibrado entretenimento offbeat, capaz de articular com segurança (sub)culturas distintas unidas num cabaret desregrado, trazendo à noite de ontem alguma poeira do velho Oeste (por vezes a lembrar a série televisiva de culto "Carnivàle") mas exibindo também ocasionais heranças dos desertos do médio oriente (onde não faltaram as emblemáticas danças do ventre).
E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVEL
2 comentários:
Opa! Estou passando para avisar que reativei o Blog (apenas alterei o nome).
até!
Ok, já passei por lá, bom regresso :)
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