quinta-feira, agosto 11, 2005

ROCK ON!

Após uma interessante estreia com "Pretty on the Inside", em 1991, e um soberbo segundo álbum, "Live Through This", em 1994, os Hole apresentaram, em 1998, mais um sólido e convincente disco, "Celebrity Skin".

Expondo uma sonoridade mais reluzente e polida do que os trabalhos antecessores - que evidenciavam consideráveis traços grunge, metal, rock e uma postura riot grrrl -, o terceiro registo de originais dos Hole proporciona doze canções que, apesar de mais acessíveis e poppy, não deixam de conter a força e fascínio habituais da banda.

Courtney Love pode não ser uma das figuras públicas mais afáveis e moderadas, mas enquanto vocalista e compositora exibe aqui um considerável carisma e pujança, esculpindo um conjunto de temas vibrantes cantados com notória entrega e empenho.
Os restantes elementos da banda são igualmente seguros, desde o soberbo guitarrista Eric Erlandson até às eficazes Melissa Auf Der Maur (que integrou depois os Smashing Pumpkins e iniciou uma carreira a solo), no baixo, e Patty Schemel, na bateria.

Embora sejam mais solarengas do que as da fase anterior dos Hole, as canções de "Celebrity Skin" possuem ainda substância e intensidade, focando questões como a fama, a indústria musical, o papel da mulher na sociedade e, claro, a sempre presente temática do amor, incontornável em qualquer disco de rock.

Entre abrasivas descargas de energia como "Playing Your Song" ou "Reasons to be Beautiful" (não muito distantes das atmosferas de "Live Through This"), envolventes e belíssimas baladas como "Petals" ou "Dying", exemplos de pop cristalina como "Malibu" e "Heaven Tonight", não esquecendo o efervescente single que dá nome ao álbum, "Celebrity Skin" evidencia uma banda coesa e destaca-se como um contagiante concentrado de rock.

A contribuição de Billy Corgan na composição de cinco canções, os sempre excelentes arranjos de cordas de Craig Armstrong e a irrepreensível produção de Michael Beinhorn contribuem também para que o nível qualitativo do disco seja ainda mais elevado.

Infelizmente, "Celebrity Skin" foi o último trabalho da banda, pois em 2002 Courtney Love anunciou a sua dissolução, mas pelo menos o grupo terminou em alta, oferecendo um dos discos nucleares de 1998 e um dos melhores testemunhos do rock de finais do milénio. Recomenda-se, por isso, a sua (re)descoberta e múltiplas audições...

E O VEREDICTO É: 4,5/5 - MUITO BOM

18 comentários:

kimikkal disse...

O que penso das HOLE
1º disco: A descoberta
2º disco: Amor & Odio
3º disco: Aceitação mainstream

Ainda bem que não fizeram um 4º, iria estragar o "quadro"

gonn1000 disse...

Sim, é mais ou menos isso... Realmente não chegaram a fazer um 4º disco, mas a Courtney Love editou depois um álbum a solo e, de facto, estragou um pouco o "quadro" :)

Mussolini disse...

Que disco tão velhinho... os singles que produziu faziam a minha delícia nas tardes a ver a MTV... Muito bom, apesar de Courtney Love não ser mesmo nada afável...

Spaceboy disse...

Também gostei bastante do disco. Acho que se não fosse o Billy Corgan, este disco não era nada do que é...apesar de ele ter apenas composto cinco temas, acho que foi ele o grande responsável pelo disco ser tão bom.
Courtney Love depois lançou um terrível disco a solo, mas a Melissa revelou-se, demonstrando que não era apenas uma mera baixista (também com convidados de luxo daqueles...)

gonn1000 disse...

Pedro Quintino: Sim, este álbum contém alguns belos singles, mas também não é assim tão velhinho lol...

Spaceboy: Vá, não sejas injusto, porque o álbum anterior dos Hole, "Live Through This", também é muito bom... Não achei o disco a solo da Courtney Love assim tão mau, embora o considere um disco fraco, mas concordo que o da Melissa é mais interessante (yup, as companhias ajudam)...

Spaceboy disse...

O «Live Through This» é bom, mas quase que aposto que o respnsável pelo disco deve ter sido o Kurt Cobain...eu não gostei nada do disco a solo da Courtney Love, o próximo vai contar outra vez com a participação do Billy Corgan pelo que ouvi dizer, vamos lá ver se vai ser melhorzinho...

João M disse...

O que eu gostava mais nas Hole era o lado trash. Hole = Courtney.

gonn1000 disse...

Spaceboy: Lol...Ok, parece que não há mesmo hipótese de reconheceres grandes méritos à banda...

João: Acho que os Hole eram mais do que apenas a Courtney, senão veja-se o que ela fez no álbum a solo, uma sombra do que conseguiu com a banda...

Anónimo disse...

Bela banda indeed :)!

Cumps. cinéfilos

gonn1000 disse...

Sábias palavras :)

Spaceboy disse...

Eu gosto dos Hole mas acho que nunca foram eles os principais responsáveis pelas boas canções que fizeram, claro que Courtney e companhia tiveram também que "meter o dedo" de vez em quando, mas acho que não foram os principais criadores da sua obra.
Mas digo-te: gosto muito do «Celebrity Skin».

gonn1000 disse...

Pois, eu acho que não é tanto assim, mas ok, se gostas muito do "Celebrity Skin" não se fala mais nisso :)

O Puto disse...

Este disco é bem mais pop que os anteriores. E tb gosto muito do disco a solo da Melissa.
Nota: Há muito boa gente que diz "as Hole".

gonn1000 disse...

Pois há, eu às vezes também digo :)

Lid disse...

Live Through This é o melhor, com certeza. Celebrity Skin tb é bom, mas não tanto quanto o 'Live...'. Mas Celebrity tem belas canções, como 'Northern Stars', que tem uma melodia bem suave e a voz arrastada e gritante da Courtney cantando, deixando a canção na medida certa, bem Hole.

gonn1000 disse...

Olha que não sei qual deles é melhor, mas o primeiro, "Pretty on the Inside", é certamente o pior. E "Northern Star" é mesmo uma grande canção :)

Wellvis disse...

Ah que saudades de discos bons como este. Ah, que saudades do rock dos anos 90. Viva o saudosismo! hahaha abraços.

gonn1000 disse...

Este e o anterior não podem faltar, quanto a mim, na selecção do melhor rock dos anos 90. É pena que a Love não se tenha mantido assim tão inspirada.