Assinalando o regresso de Jodie Foster ao grande ecrã, “Flightplan – Pânico a Bordo” é a segunda longa-metragem do alemão Robert Schwentke e propõe uma interessante, mas desequilibrada, experiência cinematográfica carregada de suspense e mistério centrada num voo atribulado.
Foster interpreta uma engenheira cujo marido faleceu há poucos dias e prepara-se para transportar o seu corpo de Berlim para Nova Iorque, viajando num novo e aperfeiçoado modelo de avião que ajudou a criar.
Os problemas começam quando, depois de um início de voo aparentemente pacato, a protagonista se apercebe que a sua pequena filha, que viajava consigo, desapareceu. Apesar dos esforços para encontrar a criança, empreendidos pelos comissários de bordo, esta continua sem dar sinal de vida, e a situação torna-se ainda mais inquietante quando os registos indicam que a mãe entrou no avião sozinha e que nenhum dos tripulantes se lembra de ter visto a menina.
Com um mote propício a atmosferas de claustrofobia e desespero, “Flightplan – Pânico a Bordo” desenrola-se, inicialmente, de forma escorreita e absorvente, e o desenvolvimento da acção consegue manter uma narrativa intrigante q.b..
Infelizmente, aquele que parecia ser um thriller inspirado vai perdendo o fôlego no último terço, terminando com um desenlace que, não sendo miserável, também não é o mais satisfatório.
Acumulando múltiplas situações inverosímeis e demasiado convenientes para o argumento, “Flightplan – Pânico a Bordo” acaba por ser um filme competente, mas rotineiro, com uma tensão dramática por vezes forçada e uma resolução que reduz o impacto de alguns momentos prévios.
Jodie Foster apresenta um desempenho seguro, ainda que repita os traços da personagem que encarnou em “Sala de Pânico”, de David Fincher, filme ao qual, de resto, “Flightplan – Pânico a Bordo” retira diversas ideias (a estrutura é bastante semelhante, mas em vez de num apartamento a acção decorre agora num avião).
Peter Sarsgaard e Sean Bean são presenças igualmente fortes, mesmo que a lógica formatada do filme não lhes permita desenvolver muitos as suas personagens.
Para além disto, o que fica desta película é a banda-sonora de James Horner algumas sequências bem trabalhadas e com uma angústia palpável, assim como um ou outro momento de inspiração da câmara de Schwentke. No geral, um entretenimento aceitável, mas ainda não foi desta – nem no recente “Red Eye”, de Wes Craven – que os filmes de suspense em aviões conseguem voltar a levantar voo.
E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVEL
15 comentários:
concordo, digamos que tinha potencial mas foi descolagem abortada
LOL pois, basicamente foi isso...
Mas que bem. Até no Red Eye falaste!Neste estamos mesmo de acordo em tudo, que maravilha!Gostei do comentário do Nic...descolagem abortada,ahahah!Muito espirituoso!!!
É um filme que não vem acrescentar nada de novo e que peca, a meu ver, pelo final demasiado reboscado e artificial.
missixty2000: Sim, neste concordamos, teria de chegar o dia...
Joana C.: Sim, até ao último terço até é satisfatório, mas a partir daí desequilibra-se.
Cheira-me a filme suspense/pipoca...or am i wrong?
Abraço
Meu rico dinheirinho!!grande desilusão..
SOLO: Sim, mas para pipoca até nem é das piores.
playlist: Não é uma maravilha, mas também não esperava grande coisa...
Pois, escapa mas voa baixinho...
vou esperar pela edição de DVD :) é melhor...
Pois, não é propriamente daqueles filmes cujo visionamento exija uma sala de cinema...
Voa baixinho. Não nada de especial, tem a Jodie Foster, o que é bom, num regresso após uma longa paragem. O mais engraçado neste filme é que em Portugal tem batido recordes de bilheteira. É dos filmes mais vistos! Bem mais do que Zorro ou o péssimo Crime do Padre Amaro - o filme português mais visto do ano (pelo menos 180 mil pessoas já viram).
Enfim!
Pois, também já tinha constatado que está a ter sucesso junto do público. Enfim, apesar de tudo já vi muito piores este ano...
Gonçalo, ele levantar vôo até levanta de início, mas lá para o meio espeta-se em cheio nos Himalaias, e não restam sobreviventes... bem talvez Sean Bean.
Um abraço.
Bem, ao menos não se perde tudo lol
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