quarta-feira, julho 13, 2005

UM SUSTO DE FILME

Quando se pensava que a moda do sobrenatural no cinema já estava algo ultrapassada - uma vez que foi uma tendência mais visível limiar do novo milénio, com resultados entre o penoso ("Estigma", "Os Dias do Fim") e o interessante ("O Sexto Sentido", "Os Outros"), eis que chega "Ruídos do Além" (White Noise), de Geoffrey Sax.

Desta vez, o ponto de partida é o fenómeno dos EPV (Electronic Voice Phenomena), através do qual os mortos podem comunicar com os vivos recorrendo a aparelhos electrónicos. O filme segue o desencanto de Jonathan Rivers (Michael Keaton), um arquitecto bem-sucedido que, após a súbita morte da esposa, começa a encontrar-se com um especialista de EPV que lhe assegura que a sua mulher, apesar de morta, tenta ainda contactá-lo por via de aparelhos electrónicos (sobretudo pelo televisor).

Embora hesite face a estas inesperadas revelações, Jonathan começa a crer cada vez mais que a esposa está, de facto, a tentar contactá-lo, alertando-o para o carácter maligno de certas entidades sobrenaturais.

Banal e monótono, "Ruídos do Além" é um thriller que se limita a oferecer suspense de pacotilha, auras místicas new age e perigos esotéricos. Se os primeiros minutos ainda conseguem desenrolar-se com alguma sobriedade, as debilidades do argumento encarregam-se de tornar o resto do filme numa experiência cinematográfica risível, com expoente máximo no espalhafatoso desenlace.

O trabalho de realização de Geoffrey Sax, indistinto e previsível, também não contribui para que o filme funcione, e o elenco é igualmente incapaz de surpreender, tanto o protagonista Michael Keaton (em piloto automático), como Deborah Kara Unger (muito longe da presença insinuante e enigmática que a destacou em "Crash" ou "O Jogo").

Fime falhado e descartável, "Ruídos do Além" tem tanto interesse e credibilidade como a maioria dos episódios das últimas temporadas de "Ficheiros Secretos", o que, saliente-se, não é propriamente um elemento auspicioso. Recomenda-se, então, somente aos mais acérrimos (e corajosos) fãs do género.
E O VEREDICTO É: 1/5 - DISPENSÁVEL

10 comentários:

Anónimo disse...

Bem me parecia que este era dispensável :)

gonn1000 disse...

Pois, pelo menos a mim não me convenceu minimamente...

Anónimo disse...

Eu quero é ler a tua análise á "Guerra dos Mundos" :P!
Quanto a este filme, esteve aqui no cinema mais próximo em cartaz, apenas duas semanas. Acho que isso dá para explicar o sucesso do filme...LOL.

Cumps. cinéfilos :)

gonn1000 disse...

"A Guerra dos Mundos" está para breve. Mas posso já dizer que achei esse filme bem melhor so que "Ruídos do Além" :P

Gustavo H.R. disse...

Michael Keaton não sai do atoleiro em que sua carreira se encontra... Quando teremos novos gênios para inovar o gênero?

gonn1000 disse...

Pois, não é com papéis (e filmes) destes que vai alcançar vôos mais altos...

O Puto disse...

Deveria ter esperado pelo teu post antes de ter ido ver o filme. Fraquinho, e p. f. tirem a sensual Deborah Kara Unger do filme!
No novo do Spielberg fez-se luz. Já o vi, mas reservo a minha opinião até publicares a tua.

gonn1000 disse...

O filme não fica mesmo muito tempo na memória, mas pronto, nem todos podem ser bons...E a crítica a "A Guerra dos Mundos" está para breve (mas antes ainda devo comentar "Batman: O Início"). Hasta ()

Flávio disse...

Um filme fraquinho, sem dúvida, mas as frases citadas do Thomas Edison são fascinantes. Pena é que o realizador não tenha tido o talento suficiente para explorar o tema do EPV como deve ser.

gonn1000 disse...

Pois, infelizmente o realizador preocupou-se mais em (tentar) gerar sustos recorrendo aos modelos mais gastos e previsíveis. São opções...