Misto de drama familiar e road movie, "The State I Am In" (Die Innere Sicherheit, 2000) é a segunda longa-metragem do alemão Christian Petzold e debruça-se sobre o quotidiano de um casal e da sua filha de quinze anos. Esta poderia ser uma família igual a tantas outras, não fosse o facto de andar constantemente em fuga há mais de uma década devido ao cadastro dos pais.
No início do filme, os protagonistas encontra-se instalados no sul de Portugal, mas esse acaba por ser só mais um local de alojamento temporário uma vez que um pequeno incidente os força a regressarem à Alemanha, de onde tentarão fugir para o Brasil a fim de obterem aí uma vida mais segura e estável. Todavia, nem tudo corre como previsto, e entre os factores inesperados surge a súbita paixão da filha por um rapaz que conhece numa praia portuguesa.
No início do filme, os protagonistas encontra-se instalados no sul de Portugal, mas esse acaba por ser só mais um local de alojamento temporário uma vez que um pequeno incidente os força a regressarem à Alemanha, de onde tentarão fugir para o Brasil a fim de obterem aí uma vida mais segura e estável. Todavia, nem tudo corre como previsto, e entre os factores inesperados surge a súbita paixão da filha por um rapaz que conhece numa praia portuguesa.
Esse relacionamento encoraja a adolecente a expressar, de forma cada vez mais denunciada, a frustração que acumulou após anos de vida nómada com os pais, nunca conseguindo ter uma rotina igual à de muitas raparigas da sua idade.
"The State I Am In" é uma proposta arriscada na medida em que se concentra em personagens de moral dúbia - numa cena a filha é repreendida pelos pais não por roubar, mas pelas consequências desse acto comprometerem a segurança da família -, conseguindo contudo gerar alguma empatia por estas. O problema é que Petzold nem sempre torna o filme numa experiência estimulante, pois entre ocasionais cenas interessantes há demasiados momentos que nada acrescentam a uma narrativa pouco absorvente. O trabalho de realização também não é particularmente digno de nota, sendo correcto mas longe de inventivo, e o filme demora a arrancar e tem um desenlace não muito satisfatório.
Há, ainda assim, elementos a reter, como a competente abordagem da difícil mas próxima relação entre os pais e a filha, num constante debate de prioridades, e sobretudo a interpretação de Julia Hummer, jovem actriz que revela aqui um considerável potencial na pele de uma adolescente complexa e indecisa. Não é o suficiente para fazer de "The State I Am In" uma obra de relevância assinalável, mas chega para dar o benefício da dúvida a Christian Petzold.
"The State I Am In" é uma proposta arriscada na medida em que se concentra em personagens de moral dúbia - numa cena a filha é repreendida pelos pais não por roubar, mas pelas consequências desse acto comprometerem a segurança da família -, conseguindo contudo gerar alguma empatia por estas. O problema é que Petzold nem sempre torna o filme numa experiência estimulante, pois entre ocasionais cenas interessantes há demasiados momentos que nada acrescentam a uma narrativa pouco absorvente. O trabalho de realização também não é particularmente digno de nota, sendo correcto mas longe de inventivo, e o filme demora a arrancar e tem um desenlace não muito satisfatório.
Há, ainda assim, elementos a reter, como a competente abordagem da difícil mas próxima relação entre os pais e a filha, num constante debate de prioridades, e sobretudo a interpretação de Julia Hummer, jovem actriz que revela aqui um considerável potencial na pele de uma adolescente complexa e indecisa. Não é o suficiente para fazer de "The State I Am In" uma obra de relevância assinalável, mas chega para dar o benefício da dúvida a Christian Petzold.
E O VEREDICTO É: 2/5 - RAZOÁVEL
"The State I Am In" é uma das obras da secção "Herói Independente" da quarta edição do IndieLisboa
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