Uma das boas propostas da Nothing Records, a editora de Trent Reznor (líder dos Nine Inch Nails), "My Big Hero" assinala a estreia dos 12 Rounds e expõe uma cativante paleta sonora que une traços do rock, pop, electrónica, trip-hop e industrial/gótico.
Densas, negras e atmosféricas, as canções do disco são vincadas por sonoridades nebulosas e crípticas, componente acentuada não só pelas arrepiantes letras mas também pela peculiar voz da vocalista Claudia Sarne, capaz de originar uma envolvência que subtilmente se crava na pele.
Momentos como "Bovine" ou "Me Again" despoletam ambientes claustrofóbicos e carregados de suspense, "Mr. Johnson Take a Bow" exibe consideráveis cargas barrocas e teatrais e "Where Fools Go" surpreende ao recorrer a um sample de "Red Right Hand", de Nick Cave.
Editado em 1998, o álbum contém uma ousada sonoridade fim-de-milénio, com minuciosos detalhes de produção (doses q.b. de loops e demais efeitos) e comprova que os 12 Rounds são mais uma banda a adicionar à lista de projectos com vozes femininas inebriantes, como os Cranes, os Whale, os Curve ou a vertente mais desafiante dos primeiros registos dos Lamb e dos Garbage.
Mesmo com alguns passos em falso - o enérgico "power-pop" de "Sunshine" não combina com as camadas de sombra do grupo -, "My Big Hero" apresenta uma estimulante estreia e um dos muitos projectos que passou, infelizmente, demasiado despercebido.
A (re)descobrir também: a canção dos 12 Rounds incluída na banda-sonora de "The Princess and the Warrior", de Tom Tykwer, cujo download pode ser feito gratuitamente aqui.
E O VEREDICTO É: 3,5/5 - BOM
3 comentários:
Vou ver se descubro esta banda.
E fazes bem...:)
fotografei esta garota quando ela morou no Rio De Janeiro em 1974, ela tinha 4 aninhos e era linda demais!
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