Não têm faltado estreias de blockbusters mega-promovidos neste Verão, como de resto é habitual, o que estranhamente não tem chegado com tanta frequência é outro tipo de filmes que possuem também alguma força para levar público às salas, como é o caso das comédias românticas. "Nem Contigo...Nem Sem Ti!" (I Could Never be Your Woman) é uma dessas excepções, e traz logo um trunfo ao assinalar o regresso de Michelle Pfeiffer ao grande ecrã, após uma ausência de cinco anos (o último filme em que tinha participado foi o discreto "A Flor do Mal", de Peter Kosminsky).
Esta não se destaca como o único nome forte do elenco, uma vez que o co-protagonista, Paul Rudd, mesmo sem um peso mediático comparável, é uma óptima escolha. Infelizmente, os dois actores e a química que surge entre eles acabam por ser o que de mais memorável o filme deixa, pois a realizadora Amy Heckerling não o conduz da forma mais interessante.
Esta não se destaca como o único nome forte do elenco, uma vez que o co-protagonista, Paul Rudd, mesmo sem um peso mediático comparável, é uma óptima escolha. Infelizmente, os dois actores e a química que surge entre eles acabam por ser o que de mais memorável o filme deixa, pois a realizadora Amy Heckerling não o conduz da forma mais interessante.
Retrato da relação de uma produtora de televisão de 40 anos com um jovem aspirante a actor, "Nem Contigo...Nem Sem Ti!" não inova nesta premissa mas tenta fazê-lo ao alicerçar-se num argumento que aborda ainda, transversalmente, o relacionamento entre pais e filhos, os dilemas dos bastidores televisivos, a entrada na adolescência, crises de meia idade ou as tentações do estrelato.
Os temas são interessantes, o modo como são trabalhados nem tanto, sobretudo porque Heckerling prefere apostar quase sempre na caricatura em vez de conferir alguma densidade às situações. Não faz muito sentido disparar críticas aos clichés e humor elementar de séries televisivas juvenis quando os gags que o filme apresenta também são, geralmente, mais óbvios do que sofisticados. Óbvios e, por vezes, de mau gosto, como numa cena em que a dupla protagonista ridiculariza as operações plásticas feitas por actrizes e cantoras de forma a que Pfeiffer surja mais beneficiada na fotografia.
Têm sido poucas as comédias românticas capazes de fugir aos lugares-comuns nos últimos anos, e não é "Nem Contigo...Nem Sem Ti!" que vem assim mudar o cenário, uma vez que segue a regra e esquadro a estrutura boy-meets-girl (neste caso, na variante boy-meets-woman) mais tipificada. Por vezes há aqui tentações de irreverência, logo desfeitas por cenas de artificial moralismo, e no final não se percebe se este é um produto que se dirige mais a um público adolescente ou adulto, dada a mistura de registos (o que se calhar nem é de estranhar, vindo de alguém que no currículo inclui a realização de "Olha Quem Fala", "Clueless" ou episódios da versão americana de "The Office").
Os temas são interessantes, o modo como são trabalhados nem tanto, sobretudo porque Heckerling prefere apostar quase sempre na caricatura em vez de conferir alguma densidade às situações. Não faz muito sentido disparar críticas aos clichés e humor elementar de séries televisivas juvenis quando os gags que o filme apresenta também são, geralmente, mais óbvios do que sofisticados. Óbvios e, por vezes, de mau gosto, como numa cena em que a dupla protagonista ridiculariza as operações plásticas feitas por actrizes e cantoras de forma a que Pfeiffer surja mais beneficiada na fotografia.
Têm sido poucas as comédias românticas capazes de fugir aos lugares-comuns nos últimos anos, e não é "Nem Contigo...Nem Sem Ti!" que vem assim mudar o cenário, uma vez que segue a regra e esquadro a estrutura boy-meets-girl (neste caso, na variante boy-meets-woman) mais tipificada. Por vezes há aqui tentações de irreverência, logo desfeitas por cenas de artificial moralismo, e no final não se percebe se este é um produto que se dirige mais a um público adolescente ou adulto, dada a mistura de registos (o que se calhar nem é de estranhar, vindo de alguém que no currículo inclui a realização de "Olha Quem Fala", "Clueless" ou episódios da versão americana de "The Office").
O filme funciona, no entanto, enquanto montra em que Paul Rudd demonstra o seu perfeito sentido de timing numa interpretação que respira espontaneidade, sendo responsável pelas sequências mais conseguidas. Sem ele, esta seria provavelmente uma película mortiça e em piloto automático, ainda que Pfeiffer não tenha perdido o charme e sirva uma interpretação competente. Há mais bons actores por aqui, como Steve Pemberton ou Mackenzie Crook, entre outras caras conhecidas da britcom, não têm é grande coisa para fazer e o seu talento é assim desperdiçado. Dispensavel era a presença de Tracey Ullman na pele de Mãe Natureza, amiga imaginária da protagonista, num papel sem graça nem relevância.
No geral, "Nem Contigo...Nem Sem Ti!" não é melhor nem pior do que tantos outros chick flicks feitos em linha de montagem. Tem algumas boas sequências de humor, muita previsibilidade, um par romântico que funciona e uma banda-sonora curiosa, que é quase um best of dos Cure interrompido pela canção que lhe inspirou o título (na versão original): "Your Woman", que fez dos White Town one hit-wonders há dez anos. Ou seja, à falta de melhores alternativas dentro do género esta servirá, mas deixa um sabor tão fugaz como o de um amor de Verão.
No geral, "Nem Contigo...Nem Sem Ti!" não é melhor nem pior do que tantos outros chick flicks feitos em linha de montagem. Tem algumas boas sequências de humor, muita previsibilidade, um par romântico que funciona e uma banda-sonora curiosa, que é quase um best of dos Cure interrompido pela canção que lhe inspirou o título (na versão original): "Your Woman", que fez dos White Town one hit-wonders há dez anos. Ou seja, à falta de melhores alternativas dentro do género esta servirá, mas deixa um sabor tão fugaz como o de um amor de Verão.
E O VEREDICTO É: 2/5 - RAZOÁVEL
2 comentários:
Gostei muito deste filme! gosto muito da música que há no filme que a actriz Stacey Dash canta. 5*****!
Não me entusiasmou muito, mas ainda bem que há quem goste.
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