Há cinco anos “Overload”, o single de estreia de uma nova girls band, tomou de assalto as playlists da maioria das rádios, disseminando uma melodia contagiante e com mais risco do que grande parte das canções de outros projectos teen pop.
O videoclip, com alta rotação na MTV, beneficiou também do aspecto saudável, digamos assim, das três jovens cantoras, denominadas Sugababes, cujo álbum “One Touch”, produzido por Cameron McVey (colaborador e marido de Neneh Cherry), proporcionou mais dois ou três temas com a mesma frescura e vivacidade.
Dois discos depois, o trio composto por Keisha Buchanan, Mutya Buena e Heidi Range (ex-Atomic Kitten que substituiu Siobhan Donaghy) ataca de novo as playlists com “Taller in More Ways”, que mantém a acessibilidade e o apuro da produção dos antecessores, continuando a apostar na mesma combinação de pop, funk e R&B com electrónica q.b., contendo a espaços reminiscências do trip-hop e hip hop.
Despretensiosas e trauteáveis, as canções não seguem vias tão óbvias como muitos nomes do cenário mainstream actual, mas não deixam de ser formatadas, funcionando enquanto um conjunto de temas agradáveis mas que raramente surpreendem, revisitando domínios das TLC, Madonna, Spice Girls, Morcheeba, All Saints ou Destiny’s Child (e aproximando-se também da pop digital de Annie ou dos Goldfrapp).
“Push the Button”, o primeiro single, não destrói as boas memórias de alguns outros de álbuns anteriores, casos dos certeiros “Freak Like Me”, “Round Round” ou “Hole in the Head”, contudo outros momentos de “Taller in More Ways” não conseguem estar à altura deste, sendo eficazes mas insistindo em desaparecer rapidamente da memória.
Ainda assim, os episódios mais dinâmicos são suficientemente apelativos, oferecendo uma competente bubblegum pop, satisfatória enquanto dura e sem grandes aspirações. “Gotta Be You”, “Red Dress” e “It Ain´t Easy” são disso exemplo, destacando-se da banalidade que contamina as restantes, na sua maioria baladas enfadonhas criadas a regra e esquadro para consumo adolescente pouco criterioso. “Ace Reject” e “2 Hearts” são as excepções, contando com soluções melódicas mais interessantes e subtis e uma maior entrega vocal.
Das letras não há muito a dizer, pois servem apenas de acompanhamento inane, no entanto, e ao contrário de muita da produção pop descartável, as Sugababes confirmam que têm vozes suficientemente competentes para cantar, o que não torna “Taller in More Ways” num bom disco mas permite-lhe ser um produto audível e tolerável, que não entusiasma mas também não ofende. É pouco, mas não se pode pedir muito mais a um quase guilty pleasure que, dentro do género, até está acima da média...
E O VEREDICTO É: 2/5 - RAZOÁVEL
10 comentários:
Este é o típico disco que eu teria medo de escutar hehehehe.
Abraço
Ah, felizmente não chega a dar medo, e já vi pior no teu blog (Lavignes e Aguileras :P). Fica bem :)
eu então... dúvido sempre deste género de grupos, por isso vou de mansinho ehehehe.... sem grandes expectativas!!!
Sim, é melhor teres baixas expectativas porque o resultado não é dos mais altos...
Estou mortinho por ouvir este disco!
Realmente "Overload" e "Freak like me" são bastantes interessantes, particularmente o segundo, com o sample de "Are friends electric" de Gary Numan.
Têm mais três/quatro temas aceitáveis, o resto...é bubblegum pop.
Confesso que quando vi estas moças nos prémios MTV deste ano, nem sabia quem elas eram :S lol...
Mas já ouvi o albúm todo e concordo com o teu comentário. O disco não é de facto do melhor que anda por aí.
Abraço
playlist: Olha que não é assim tãaao entusiasmante :(
kimikkal: Concordo.
SOLO: Sim, mesmo dentro da pop mainstream há melhores este ano (Madonna, Goldfrapp,...).
É um belo disco pop simples e eficaz. Bem produzido e tem uma musica que me faz lembrar Depeche Mode - «I Ain't Easy». São as melhores neste género, mas não é que tenham talento, pois deve-se dar mérito sim aos produtores que estão por trás (produtores que já trabalharam com Madonna, Björk, TLC, etc). O disco peca nas musicas baladeiras que são más. O resto está bom, simplesmente bom.
Não acho que haja aproximações aos Depeche Mode (o que só lhes ficaria bem), mas sim, o que há de bom deve-se mais ao trabalho de produção do que às três meninas, embora a imagem ajude a vender discos e as vozes não sejam desagradáveis.
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