Laurent Cantet deixa aqui os ambientes urbanos e cinzentos de “Recursos Humanos” e “O Emprego do Tempo” para se dedicar às paisagens solarengas do Haiti de inícios dos anos 80, mas nem por isso “Vers le Sud” é um filme menos melancólico e desencantado do que os anteriores.
Desta vez, o olhar centra-se nas férias de solitárias turistas de meia-idade que encontram em alguns rapazes locais um escape face ao quotidiano urbano que as limita e reprime.
Baseada no livro “La Chair du mâitre”, de Dany Laferrière, a película é um inteligente mas incómodo ensaio sobre o envelhecimento, as clivagens sociais, a sexualidade e a solidão, e Cantet tem o mérito de mergulhar na ambiguidade moral e emocional das suas personagens sem nunca as julgar.
O realizador evita ainda, contrariamente ao sucedido em “Recursos Humanos”, que o filme seja um mero panfleto ideológico, conseguindo que o seu retrato nunca se torne maniqueísta. A solidez mantém-se na fotografia, apropriadamente seca, e no elenco, de onde sobressai Charlotte Rampling com mais uma prova de talento interpretativo.
Baseada no livro “La Chair du mâitre”, de Dany Laferrière, a película é um inteligente mas incómodo ensaio sobre o envelhecimento, as clivagens sociais, a sexualidade e a solidão, e Cantet tem o mérito de mergulhar na ambiguidade moral e emocional das suas personagens sem nunca as julgar.
O realizador evita ainda, contrariamente ao sucedido em “Recursos Humanos”, que o filme seja um mero panfleto ideológico, conseguindo que o seu retrato nunca se torne maniqueísta. A solidez mantém-se na fotografia, apropriadamente seca, e no elenco, de onde sobressai Charlotte Rampling com mais uma prova de talento interpretativo.
E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM
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