Um dos nomes fortes do novo cinema japonês, Takashi Miike tem uma filmografia que proporcionou já vários títulos de culto, sendo o perturbante “Audition – Anjo ou Demónio” talvez o mais emblemático.
No seu novo filme, “Uma Chamada Perdida” (Chakushin ari / One Missed Call), o realizador volta a pisar territórios que já lhe são familiares, percorrendo domínios do terror, suspense e fantástico, através dos quais se distinguiu internacionalmente.
A premissa da película assenta em misteriosas mensagens que alguns estudantes universitários recebem nos seus telemóveis, enviadas pelos seus próprios números e que contêm frases proferidas pelas suas próprias vozes.
Estas mensagens são normalmente de teor intrigante q.b. e têm as datas de dias depois, datas estas que correspondem ao momento exacto das abruptas mortes dos receptores das mensagens.
Se o filme até arranca de forma intrigante e promissora, com uma curiosa interligação entre as novas tecnologias e os códigos do suspense, quando chega a meio perde o conseguido ritmo e aura enigmática que mantinha até então para se tornar numa colecção de sustos fáceis e histerismos involuntariamente cómicos, que nem sequer dispensam uma sofrível abordagem do sobrenatural.
Desperdiçando a relativa frescura que apresentou na fase inicial, “Uma Chamada Perdida” entra num campo minado de clichés que já se julgavam esgotados e sobre-explorados em “The Grudge – A Maldição” ou “Águas Passadas”, outros filmes de (suposto) terror recentes que caíram também num esoterismo ridículo e nada convincente.
Nem sequer faltam os francamente irritantes finais falsos, através dos quais Miike tenta surpreender mas falha ao apostar numa pouco recomendável lógica de “vale-tudo”, tornando a película ainda mais incoerente e, sobretudo, inconsequente.
“Audition – Anjo ou Demónio” já era um filme algo desapontante e sobrevalorizado, mas pelo menos continha ainda sequências de antologia vincadas por uma considerável tensão e desconforto.
“Uma Chamada Perdida” conta com dois ou três cenas que sugerem que Miike repita aqui esses escassos momentos inspirados, mas infelizmente a qualidade do filme apenas decresce – e muito – à medida que o desenlace se aproxima. Não deixa de ser um filme perturbante, só é pena que o seja pelos piores motivos.
E O VEREDICTO É: 1,5/5 - DISPENSÁVEL
5 comentários:
Os japoneses até têm jeito para filmes de terror, mas ao que parece este não é grande coisa :P.
Abraços!
Começa bem, mas chega a meio e torna-se cada vez pior. Fica bem ()
Prtensão e água benta toma quem quer... não é por aqui que reconheço talento ao homem.
Há algumas boas ideias de suspense e terror, mas são mal desenvolvidas, sobretudo na segunda - e espalhafatosa - metade do filme. Mas pronto, ao menos desta vez concordamos :D
pra apeciar Takshi Miike nao se pode ser tao eclético
eu nao assisti mas acho que esse filme nao eh tao ruim assim
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