"Falta-me" dedica os seus 20 minutos de duração a cerca de uma centena de habitantes da grande Lisboa que escrevam numa ardósia o principal elemento que falta nas suas vidas, algo que os impeça de se sentirem plenamente realizados ou apenas um pouco mais satisfeitos consigo próprios.
Entre figuras públicas (para todos os gostos) e participantes anónimos, “Falta-me” foca pessoas de diversas faixas etárias, profissionais, culturais e sociais, que de alguma forma espelham a multiplicidade urbana dos dias de hoje.
A ideia é interessante e tanto origina momentos algo cómicos como outros mais melancólicos, mas ao fim de poucos minutos acaba por se esgotar e girar em torno de si mesma, trazendo alguma previsibilidade à película através da repetição de uma mesma situação.
Contudo, Cláudia Varejão compensa essa limitação com um muito seguro trabalho enquanto realizadora, escolhendo enquadramentos imaginativos e sabendo como adaptar a câmara aos vários contextos em que se centra. A boa fotografia ajuda a reforçar a considerável qualidade visual e a banda-sonora é também bem utilizada, aguçando o apetite para próximos projectos de Varejão por detrás das câmaras.
"Falta-me" foi alardoado com uma Menção Especial do Prémio Competição Nacional e Primeiras Obras na terceira edição do
doclisboa.
2 comentários:
Não costumo ver cinema português, mas o filme de que falas deixou-me curiosa *
Vale a pena e até recebeu uma menção honrosa do júri do doclisboa :)
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