sexta-feira, agosto 04, 2006

MARÉS VIVAS

Remake do filme-catástrofe “A Aventura do Poseidon”, realizado por Ronald Naeme em 1972, “Poseidon” começa com o naufrágio de um navio de luxo em alto mar e segue depois as peripécias dos poucos sobreviventes, que terão de trabalhar em conjunto para saírem vivos do barco antes que este fique totalmente submerso.
Esta premissa simples e pouco ambiciosa orienta uma película que, longe de inovadora, consegue ser uma aceitável proposta de um género já pouco revisitado.

O realizador de serviço, Wolfgang Petersen, tem cimentado um percurso algo indistinto dentro do cinema de acção, contando com alguns sucessos comerciais como os banais “Na Linha do Fogo” (1993) e “Air Force One” (1997), ou o mais prestigiado “Das Boot” (1981). Não será “Poseidon” que lhe permitirá ultrapassar o estatuto de tarefeiro por vezes competente, mas pelo menos eleva-se acima de muitos blockbusters ultrajantes que costumam disseminar-se pelas salas com a chegada do Verão.

É certo que o argumento é esquemático e previsível, que as personagens não possuem grande espessura e que não há aqui cenas de antologia que tornem o filme digno de nota, mas Petersen é capaz de gerar uma obra que, mesmo com estas óbvias limitações, é interessante de seguir.
Uma eficaz gestão do ritmo, com escassa palha narrativa, um trabalho de câmara que, não sendo muito inventivo, é feliz na implementação de uma atmosfera claustrofóbica e sufocante, e efeitos especiais pouco intrusivos mas com algum sentido de espectáculo concedem a “Poseidon” alguma solidez, que compensam a estrutura de videojogo do argumento (tão maquinal como os espaços em que a acção decorre) ou o desperdício de actores como Richard Dreyfuss ou Josh Lucas.

Não é muito, mas acaba por se mais do que se esperaria, oferecendo ocasionais boas sequências de suspense onde são testados os limites físicos e psicológicos das personagens (embora a abordagem destes seja superficial).
Um pequeno entretenimento a considerar, ainda que dentro do género Petersen apresente um objecto uns furos abaixo de “O Dia Depois de Amanhã”, do também alemão Roland Emmerich, que permanece ainda como o melhor filme-catástrofe dos últimos tempos.
E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVEL

9 comentários:

Nic disse...

teve alguma excitacao ate' o barco virar... depois foi tudo tao deja vu que ate' enjoava...

gonn1000 disse...

É um bocado dejá vu, sim, mas mesmo assim deu para entreter, o que já não é mau...

Anónimo disse...

Vi este no "contenente" e... péssimo. Petersen não sabe trabalhar com resmas de dinheiro. "The Perfect Storm", "Troy", "Air Force One" e agora este são exemplos claros e demasiados. "Na Linha de Fogo", esse sim, é deveras interessante, nada a ver.

E Kurt, que aqui não é o herói de serviço, custa vê-lo numa produção tão desprovida de 1 mínimo de originalidade(até não faltava a parva personagem cómica), mas compreende-se, porque em Hollywood: "what a drag it is getting old"...

gonn1000 disse...

Vá lá, não é assim tão mau, até o achei mais interessante do que o chato "Na Linha de Fogo" (é bom porque tem o Clint, não? :P). Não dei o tempo por perdido, embora passasse bem sem o ver.

gonn1000 disse...

Bem, parece que só eu é que até simpatizei com o filme, já vi bem pior.

Anónimo disse...

eu gostei da cena da ventilação, claustrofóbica ao máximo, "the descent" tem uma cena parecida tb ela asfixiante... mas em relação ao filme, é mais ou menos, vê-se, mas a roçar o descartável... vejam o "Brick", esse é muito mais interessante :)

gonn1000 disse...

Descartável, sim, mas ainda merece uma espreitadela, pelo menos para quem gosta do género, embora "The Descent" seja bem mais recomendável, claro. "Brick" ainda não vi.

Dark Electronic disse...

O filme entretém, e vá lá que não tem 2h de duração..

gonn1000 disse...

Pois, se tivesse não sei se se safava.