Os remakes estão na ordem do dia para parte significativa do cinema de terror norte-americano dos últimos tempos, e "Terror nas Montanhas" (The Hills Have Eyes) é mais um exemplo dessa tendência, propondo uma nova versão da obra de estreia de Wes Craven, "Os Olhos da Montanha", de 1997.
Felizmente, o filme não se limita a ser mais um objecto indistinto entre tantos outros, uma vez que emana uma intensidade e energia acima da média, fruto da realização inventiva de Alexandre Aja, que apresenta aqui a sua terceira longa-metragem.
Percebe-se porque é que o próprio Craven (que colabora no projecto como produtor) recomendou Aja para ficar a cargo deste remake, pois o jovem realizador francês imprime à película uma aura peculiar e arrepiante, trabalhando com solidez as constantes sequências de suspense atravessadas por generosas doses de gore.
Felizmente, o filme não se limita a ser mais um objecto indistinto entre tantos outros, uma vez que emana uma intensidade e energia acima da média, fruto da realização inventiva de Alexandre Aja, que apresenta aqui a sua terceira longa-metragem.
Percebe-se porque é que o próprio Craven (que colabora no projecto como produtor) recomendou Aja para ficar a cargo deste remake, pois o jovem realizador francês imprime à película uma aura peculiar e arrepiante, trabalhando com solidez as constantes sequências de suspense atravessadas por generosas doses de gore.
Introduzindo a sua premissa e personagens com eficácia - uma família norte-americana que se perde no deserto e aos poucos descobre que tem como companhia mutantes vítimas de experiências radioactivas -, "Terror nas Montanhas" é uma experiência brutal e insana, que após a relativamente serena primeira meia hora investe numa espiral que não dá descanso aos nervos do espectador.
Aja explora com imaginação as possibilidades proporcionadas pelo espaço onde decorre a acção, gerando uma atmosfera arrepiante a partir da imensidão do deserto, deixando as personagens especialmente vulneráveis e entregues a si próprias, o oposto do que Neil Marshall fez no igualmente seguro "A Descida", onde era focada a tensão surgida a partir de um espaço fechado e claustrofóbico, mas com a mesma sensação de clausura.
"Terror nas Montanhas" não revoluciona o cinema de terror, longe disso, mas é uma forte injecção de vitalidade ao género, sobrepondo-se às fitas chapa-cinco, com sustos pasteurizados para o gosto adolescente, que chegam às salas frequentemente (há excepções, claro, como "Wolf Creek", auspiciosa estreia de Greg McLean).
A fluidez da realização, a sugestiva fotografia e o elenco que, apesar de consistir em nomes pouco mediáticos, não deixa de ser equilibrado, convivem com um argumento escorreito (com direito a metáfora social nas entrelinhas) onde a adrenalina e o medo se interligam e levam a resultados aprazíveis, ainda que inquietantes, o que é mais do que suficiente para que "Terror nas Montanhas" seja um título digno de nota.
Aja explora com imaginação as possibilidades proporcionadas pelo espaço onde decorre a acção, gerando uma atmosfera arrepiante a partir da imensidão do deserto, deixando as personagens especialmente vulneráveis e entregues a si próprias, o oposto do que Neil Marshall fez no igualmente seguro "A Descida", onde era focada a tensão surgida a partir de um espaço fechado e claustrofóbico, mas com a mesma sensação de clausura.
"Terror nas Montanhas" não revoluciona o cinema de terror, longe disso, mas é uma forte injecção de vitalidade ao género, sobrepondo-se às fitas chapa-cinco, com sustos pasteurizados para o gosto adolescente, que chegam às salas frequentemente (há excepções, claro, como "Wolf Creek", auspiciosa estreia de Greg McLean).
A fluidez da realização, a sugestiva fotografia e o elenco que, apesar de consistir em nomes pouco mediáticos, não deixa de ser equilibrado, convivem com um argumento escorreito (com direito a metáfora social nas entrelinhas) onde a adrenalina e o medo se interligam e levam a resultados aprazíveis, ainda que inquietantes, o que é mais do que suficiente para que "Terror nas Montanhas" seja um título digno de nota.
E O VEREDICTO É: 3,5/5 - BOM
10 comentários:
Não há nada como um bom filme de terror para aliviar o stress. Gostei deste Hill Have Eyes, mas fiquei com uma dúvida: será que revelar logo no início do filme a explicação para o surgimento dos mutantes (os testes atómicos) foi uma boa decisão? O filme é bastante bom, mas não há nenhuma revelação surpreendente ao longo da história, acho eu...
Isso não me causou transtorno, até porque já tinha lido algumas coisas sobre o filme e quase todas falavam dos testes atómicos.
Revelação surpreendente acho que não há, mas não é por isso que o suspense não deixa de funcionar muito bem.
o que mais me desiludiu neste filme foi ter visto o original, por mais que aja tenha mérito, ele todo ainda é de craven. a história é fiel à original, apenas se acrescenta um pouco mais de gore e temos um remake...
os créditos iniciais são o que o filme tem de melhor.
Não vi o original, logo não posso comparar, mas este foi uma boa surpresa.
Um dos pormenores que eu adorei no filme foi a presença do bébé. Foi arrepiante. É uma das regras de ouro do cinema de terror: os adultos e os adolescentes podem sofrer, mas os bébés não. E neste filme passei o tempo todo em suspenso, à espera de ver se acontecia alguma coisa ao bébé.
Claro que já antes tinha havido crianças vitimadas no cinema - o Hitchcock explodiu uma no seu filme À 1 e 45 - mas, tanto quanto me consigo recordar, nunca um bébé de tão tenra idade.
Sim, foi bem utilizado, mas (spoilers) não cheguei a pensar que fossem tão longe ao ponto de vitimar o bebé. Já quanto aos restantes não houve grandes impedimentos eheh
AH! Haja alguém que concorda comigo relativamente a este filme :)!
Abraço
Mesmo assim, eu gostei um pouco mais do que tu :P
Hum...eu dei-lhe 7/10 e tu deste 3,5/5: acho que até são notas equivalentes :).
Abraço!
Ah, então ok :)
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