Combinando elementos do electroclash, dream pop, new wave e spoken word, os britânicos Ladytron apresentaram, em "604", um belo álbum de estreia, recuperando sonoridades dos anos 80 mas contextualizando-as no presente, evitando exercícios de nostalgia oportunista e gerando um refrescante e experimental disco pop.
Um ano depois, em 2003, o registo sucessor voltou a apostar em azimutes semelhantes, empreendendo mais uma viagem por atmosferas entre o festivo e o melancólico. Embora mantenha os traços característicos da banda, "Light and Magic" aposta em domínios mais densos e frios, contendo canções mais clínicas e distantes do que as que compunham o primeiro álbum. Os ambientes inocentes e encantatórios de temas como "Playgirl" ou "Discotraxx" já não se manifestam aqui com tanta frequência, pois "Light and Magic" intensifica as zonas de sombra e contém, por vezes, um carácter gélido que as suas canções agridoces não sugeriam antes.
Um dos maiores trunfos deste quarteto de Liverpool é o contraste das suas vocalistas, Helen Marnie e Mira Aroyo. A doçura e fragilidade da voz de Marnie encontra um apropriado contraponto nas intrigantes e soturnas vocalizações de Aroyo, originando bem conseguidos momentos em que estas posturas dissonantes se entrelaçam de forma eficaz.
Sendo uma contagiante proposta de pop electrónica com tanto de retro como de futurista, repleta de texturas envolventes - algures entre os Kraftwerk, Human League e Depeche Mode passando também pelos Zoot Woman, Le Tigre ou Bis -, "Light and Magic" fica, contudo, uns furos abaixo do álbum antecessor.
8 comentários:
Oferece-me Gonn. LOL.
Hugzzz pops
Um projecto que conheço muito pouco, apenas umas duas ou três músicas. Tenho que ir pesquisar melhor esta banda.
P.S.: Então e quando é que falas do «TheFutureEmbrace» do Billy Corgan?
Fica.
Kraak/Peixinho: LOL...Nem eu tenho o disco...
Spaceboy: Fazes bem, e atenção que têm um novo álbum prestes a sair. O do Billy está para breve, mas olha que a minha opinião não difere muito da tua :)
Admito que não conhecia, mas gostei do que ouvi no site oficial da banda :).
Cumps. musicais
Ainda bem que gostaste, descobre-os porque vale a pena :)
Apesar de não ser tão cativante quanto o seu antecessor, o apelo pop é mais subliminar, atraindo pela matemática. Sim, porque o pop tb pode ser científico e é objecto de teses. Talvez por isso o considere melhor que o álbum de estreia. As letras também são mais interessantes.
Agora falta aguardar pelo 3º longa duração, e já não falta muito.
P.S. Se pagasse imposto pelo nº de vezes que utilizo a palavra pop no blog e nos comentários, resolvia o problema do défice.
Eheh, pois, então se calhar não é por acaso que o primeiro tema se chama "True Mathematics". Eu continuo a preferir o disco de estreia, embora "Light and Magic" não envergonhe ninguém. Quanto à pop, está cada vez mais omnipresente...
Sim, a "Seventeen" é capaz de ser a mais imediata, não é por acaso que foi o primeiro single. Fica bem ()
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