quarta-feira, julho 27, 2005

ADEUS ÀS ARMAS

Não sendo um dos títulos mais emblemáticos de David Lodge - autor de obras como "O Museu Britânico Ainda Vem Abaixo", "Duras Verdades" ou "A Troca" -, "Soldados à Força" (Ginger, You're Barmy) é, apesar disso, mais um livro recomendável do elogiado autor britânico.

No centro da acção encontram-se dois estudantes universitários, Jonathan Browne, um britânico agnóstico e cauteloso, e Mike Brady, um irlandês católico de temperamento impulsivo. Colegas de faculdade, os dois jovens tornam-se mais próximos quando são convocados a prestar o serviço militar no mesmo local, desenvolvendo então uma relação de amizade e companheirismo.

Crónica das experiências dos dois amigos nesse novo mundo, "Soldados à Força" apresenta uma perspectiva crítica e atenta acerca da realidade militar e do seu sistema viciado, peripécias que Lodge também viveu e que retrata aqui de forma verosímil e minuciosa.

Parcialmente auto-biográfico - o autor revelou que a dupla de protagonistas não assenta em pessoas que conheceu, mas muitos dos secundários e situações baseiam-se nas suas memórias -, o livro segue sobretudo as experiências de Jonathan, que além de personagem principal é também o narrador.
Obrigado a abdicar do mundo universitário durante algum tempo, o jovem depara-se com um contexto onde a razão e a subtileza se mostram pouco determinantes quando se vê obrigado a aceitar tarefas menores e inúteis.
Já Mike, perante tal cenário humilhante, decide adoptar uma atitude mais proactiva e encetar um plano de revolta, postura que o fará afastar-se cada vez mais do seu colega.

"Soldados à Força" é, à semelhança da maioria das obras de Lodge, um livro escorreito, acessível e lúdico, pontuado por um humor mordaz e credíveis retratos de um quotidiano lacónico.
Não é um título essencial (foi a segunda obra do autor e isso nota-se, e "Artigo 22", de Joseph Heller, é mais ousado na descrição dos absurdos do mundo militar), mas as personagens são suficientemente interessantes e as considerações de Jonathan (ou de Lodge?), embora tenham sido originadas nos anos 50 - período onde decorre a acção - continuam actuais e relevantes. A (re)descobrir…

E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM

9 comentários:

Daniel Pereira disse...

Embora seja um autor, por vezes, com demasiada vontade em expôr na sua obra o seu enorme conhecimento sobre literatura inglesa é um escritor que se lê com facilidade, longe, porém, da literatura "light". Este livro não li, por acaso.

gonn1000 disse...

Não notei muito essa pretensão nas obras dele que li, mas concordo contigo quanto à facilidade da litura, bem longe dos "best-sellers" light...

Anónimo disse...

Dele só li "O Museu Britânico ainda vem abaixo" e tenho "A Troca" para ler. Tou também a pensar ler "Pensamentos Secretos"(recomendas, se leste?). Quanto ao "Museu..." sinceramente já nem me lembro bem, dado que não me marcou especialmente mas concordo na facilidade de leitura do autor.

Cumprimentos

gonn1000 disse...

Não, não li "Pensamentos Secretos", aliás há muitas obras dele que ainda não li...Temos tempo :)

Anónimo disse...

Com que então "o autor retrata aqui de forma verosímil e minuciosa" algum assunto?
Estou a ver que é mais um que nunca esteve envolvido em actividades militares, lê um livro e quando ouve a expressão "não julgar um livro pela capa" adopta apenas o sentido literal.
Este livro é uma macacada de 25 cêntimos que só serve para atiçar a lareira no Natal para quem sofre a desgraça de o receber.
Vamos mas é começar a adoptar um sentido crítico mais abrangente e largar a conversa da merda da tasca mais próxima.
Até agora é sempre o mesmo, livros com premissas rascas acessíveis à população geral.

gonn1000 disse...

Ah, então agora para ler o livro é preciso ter experiência militar? Isso nem merece comentários...

"Este livro é uma macacada de 25 cêntimos que só serve para atiçar a lareira no Natal para quem sofre a desgraça de o receber.
Vamos mas é começar a adoptar um sentido crítico mais abrangente e largar a conversa da merda da tasca mais próxima."
Parabéns pelo sua eloquência e sentido crítico, fiquei muito elucidado quanto aos motivos que o levaram a não gostar do livro (não interprete isto a um nível literal, estou obviamente a ser irónico).

"Até agora é sempre o mesmo, livros com premissas rascas acessíveis à população geral."
Que horror, livros acessíveis à população geral, onde é que isto vai parar...

Anónimo disse...

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