terça-feira, julho 05, 2005

ADEUS, PAI

Uma obra idealista em tons de fábula moderna, "A Balada de Jack e Rose" (The Ballad of Jack and Rose) é a terceira longa-metragem de Rebecca Miller (filha de Arthur Miller) e sucede a "Angela" - inédito entre nós - e "Velocidade Pessoal".

O filme centra-se em Jack (Daniel Day-Lewis, seguro como sempre) e na sua filha adolescente Rose (promissora Camilla Belle) que vivem isolados numa ilha dos Estados Unidos, tentando assim escapar à desumanização despoletada pelo contacto regular com a civilização urbana.

Marcado pelos ideais hippie que orientaram a sua juventude, Jack é um ávido defensor de causas ambientalistas e insurge-se contra as tiranias da cultura empresarial, mantendo uma conduta individualista com escassas relações sociais.

No entanto, à medida que o seu estado de saúde se debilita, o protagonista apercebe-se que a sua filha dificilmente conseguirá tornar-se autónoma e madura caso a sua educação continue vincada por um isolamento tão forte, e assim tenta fazer com que a sua rede de relações se estenda.

Embora contenha uma envolvente aura etérea, uma convincente direcção de actores (com destaque para o par principal) e uma realização competente, "A Balada de Jack e Rose" é um filme que tem tanto de agradável quanto de efémero.
Rebecca Miller oferece um melancólico olhar sobre a perda da inocência, as relações familiares, a evolução civilizacional e a solidão, o resultado final é desequilibrado, uma vez que o argumento não é muito coeso e o ritmo é bastante desigual, oscilando entre cenas de uma intrigante tensão dramática e momentos de considerável monotonia e frieza emocional.

Apesar da relação de Jack e Rose ser bem trabalhada, com espaço para a ambiguidade e escapando a lugares comuns, as personagens secundárias não são tão estimulantes, raramente apresentando alguma substância que ultrapasse a de figuras meramente acessórias e pouco complexas.

"A Balada de Jack e Rose" é então uma obra irregular, com alguns bons momentos que não chegam a formar um todo convincente e memorável. Será relembrado, mesmo assim, como um filme curioso e por vezes meritório, mas longe de essencial.

E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVEL

7 comentários:

Gustavo H.R. disse...

Li seu texto e ele não fez nada além de corroborar minha impressão inicial do filme, que parece desinteressante e apenas razoável.
Ah, sim: Camille Belle não é a criança que é ameaçada pelos pequenos dinos carnívoros no início de O MUNDO PERDIDO?

gonn1000 disse...

Sim, não considero o filme um dos prioritários. E a Camille de facto participou n'"O Mundo Perdido".

Anónimo disse...

"(...)o argumento não é muito coeso e o ritmo é bastante desigual, oscilando entre cenas de uma intrigante tensão dramática e momentos de considerável monotonia e frieza emocional."

Isto faz-me lembrar o "Imaginary Heroes" :S lol.

Cumps. cinéfilos

gonn1000 disse...

Pois, não sei, não cheguei a ver esse (fica para a lista de DVDs)...

emot disse...

Eu gostei do filme pá. Parece-me ter desempenhos e sequências bem interessantes. E o enredo também me pareceu eficaz... gostos :P.

Abraço!

gonn1000 disse...

Sim, eu sei que gostaste, mas a mim não me disse muito, não é dos que pretendo revisitar. Ah, e diverte-te no visionamento d' "A Máscara 2" (cheira-me a esturro) :P

Anónimo disse...

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