Um dos documentários-sensação de 2006, "Uma Verdade Inconveniente" (An Inconvenient Truth), de Davis Guggenheim, tem sido geralmente bem recebido um pouco por todo o lado, desde Sundance a Cannes, talvez pela forma atípica como se debruça por um dos temas na ordem do dia a nível internacional: o aquecimento global.
Incidindo essencialmente sobre uma das muitas palestras apresentadas por aquele que “costumava ser o próximo presidente dos Estados Unidos da América”, Al Gore, o filme atesta a vertente da defesa ambiental que sempre se encontrou no percurso político do "protagonista" do documentário.
Gore surge aqui como o mestre de cerimónias de uma sessão que, se não prescinde da componente de entretenimento para fazer passar o seu apelo ecológico, também não deixa de sublinhar a seriedade das questões que estão aqui em causa, e cujas repercussões da escassa actuação de muitos governos já começam a demonstrar os primeiros sintomas.
O antigo vice-presidente dos EUA reforça aqui que as consequências da interferência da mão humana no ambiente poderão chegar a um estado crítico daqui a cerca de dez anos, e insurge-se por isso contra a falta de atenção de que este assunto tem sido alvo, uma vez que raramente é encarado por muitos políticos como uma prioridade.
Incidindo essencialmente sobre uma das muitas palestras apresentadas por aquele que “costumava ser o próximo presidente dos Estados Unidos da América”, Al Gore, o filme atesta a vertente da defesa ambiental que sempre se encontrou no percurso político do "protagonista" do documentário.
Gore surge aqui como o mestre de cerimónias de uma sessão que, se não prescinde da componente de entretenimento para fazer passar o seu apelo ecológico, também não deixa de sublinhar a seriedade das questões que estão aqui em causa, e cujas repercussões da escassa actuação de muitos governos já começam a demonstrar os primeiros sintomas.
O antigo vice-presidente dos EUA reforça aqui que as consequências da interferência da mão humana no ambiente poderão chegar a um estado crítico daqui a cerca de dez anos, e insurge-se por isso contra a falta de atenção de que este assunto tem sido alvo, uma vez que raramente é encarado por muitos políticos como uma prioridade.
Nestas críticas, Gore não resiste a disparar alguns comentários mais ou menos directos à administração Bush, e noutros momentos o tom chega a aproximar-se de um moralismo que, ainda que norteado por boas intenções, pode incomodar alguns, como no caso em que aborda o tabaco, interligando-o com a morte da sua irmã, vítima de cancro do pulmão, ou na canção "inspiradora" de Melissa Etheridge no genérico final.
Paralelamente à questão do aquecimento global, "Uma Verdade Inconveniente" lança um olhar sobre a vida de Gore, reforçando que as preocupações ambientais moldaram a sua postura desde cedo. Se esta opção tem a vantagem de humanizar o documentário, aproximando-o das vivências do espectador, peca por se tornar demasiado edificante a espaços, oferecendo um retrato excessivamente límpido do orientador da palestra.
A carga tendencialmente dicáctica e expositiva do documentário também debilita o resultado final, e ainda que Guggenheim revele alguma criatividade na realização - combinando filmes de arquivo, imagens computadorizadas ou cartoons - não deixa de evidenciar as suas raízes televisivas, tornando "Uma Verdade Inconveniente" num objecto que vale mais pela mensagem que tenta passar do que pelos seus méritos cinematográficos.
Contudo, mesmo desequilibrado, este é ainda um documentário competente, que consegue captar a atenção do espectador e adaptar-se a vários tipos de público, recorrendo a uma abordagem eficaz e escorreita, de fácil apreensão, centrada em questões urgentes que dizem respeito a todos. Merece, por isso, ser visto, pensado e discutido assim que possível.
Paralelamente à questão do aquecimento global, "Uma Verdade Inconveniente" lança um olhar sobre a vida de Gore, reforçando que as preocupações ambientais moldaram a sua postura desde cedo. Se esta opção tem a vantagem de humanizar o documentário, aproximando-o das vivências do espectador, peca por se tornar demasiado edificante a espaços, oferecendo um retrato excessivamente límpido do orientador da palestra.
A carga tendencialmente dicáctica e expositiva do documentário também debilita o resultado final, e ainda que Guggenheim revele alguma criatividade na realização - combinando filmes de arquivo, imagens computadorizadas ou cartoons - não deixa de evidenciar as suas raízes televisivas, tornando "Uma Verdade Inconveniente" num objecto que vale mais pela mensagem que tenta passar do que pelos seus méritos cinematográficos.
Contudo, mesmo desequilibrado, este é ainda um documentário competente, que consegue captar a atenção do espectador e adaptar-se a vários tipos de público, recorrendo a uma abordagem eficaz e escorreita, de fácil apreensão, centrada em questões urgentes que dizem respeito a todos. Merece, por isso, ser visto, pensado e discutido assim que possível.
E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVEL
5 comentários:
Se quiseres saber como ajudar pela positiva, o filme ainda merece uma espreitadela, embora ache que poderia ter sido bem melhor.
Um gajo com um blog sobre carros vem aqui mandar a sugestão do: "Acho que todos nós ajudamos ao mau ambiente de uma meneira ou de outra. Nem que seja comprando um carro".
Hilariante. Talvez deva mudar para um blog sobre árvores.
Sugiro uma corrida de bicicleta para encerrar a questão.
Caro Gonn, uma pergunta que queria colocar-te, mas que nada tem a ver com o filme, o ambiente ou os carros de cada, apenas pura curiosidade. Já alguma vez deste 5 a um filme? Acho que nunca o vi por aqui durante as minhas visitas.
Bem, aqui não, embora tanto "Os Sonhadores" como "O Despertar da Mente" andem lá perto, por exemplo.
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