Projecto desde há muito adiado, e tendo já envolvido nomes como Tim Burton ou Nicolas Cage entre eventuais colaboradores, a nova adaptação das aventuras de Super-Homem para o grande ecrã acabou por ser desenvolvida por Bryan Singer, cujos créditos na abordagem dos super-heróis incluíam já os dois primeiros filmes da saga dos X-Men.
Devido à interessante visão do realizador acerca da equipa de mutantes da Marvel, esperava-se que Singer fosse uma escolha acertada para "Super-Homem: O Regresso" (Superman Returns), e se é verdade que a sua entrega e respeito pela personagem transparecem ao longo da película, quando esta termina a sensação dominante é a de que os resultados poderiam ter ido mais longe.
Devido à interessante visão do realizador acerca da equipa de mutantes da Marvel, esperava-se que Singer fosse uma escolha acertada para "Super-Homem: O Regresso" (Superman Returns), e se é verdade que a sua entrega e respeito pela personagem transparecem ao longo da película, quando esta termina a sensação dominante é a de que os resultados poderiam ter ido mais longe.
"Super-Homem: O Regresso" não é um mau filme e até está acima da média quando comparado com as restantes adaptações cinematográficas de personagens dos comics, mas a perspectiva de Singer é demasiado reverencial para com os dois primeiros filmes da saga (de Richard Donner e Richard Lester, respectivamente).
A homenagem é simpática e revela humildade, mas limita um pouco o filme e retira-lhe as doses de risco e personalidade que o realizador conseguiu injectar nos seus X-Men.
Embora pouco ousado, "Super-Homem: O Regresso" convence pois demonstra que Singer conseguiu captar a essência do carismático super-herói, destacando o seu carácter icónico e mítico e apostando num estilo retro larger than life, com um registo mais clássico (mas desencantado) do que, por exemplo, aquele que Chris Nolan adoptou no recente "Batman: O Início".
A escolha do elenco, à partida algo arriscada, revelou-se profícua, já que o quase desconhecido (até agora) Brandon Routh tem a imagem e atitude perfeitos para encarnar tanto Clark Kent como o seu alter-ego, oferecendo uma interpretação sóbria mas expressiva; Kate Bosworth mostra uma inesperada garra, determinação e coragem como Lois Lane e Kevin Spacey exibe a classe habitual no papel de Lex Luthor, compondo com eficácia um vilão que só não é mais entusiasmante porque o argumento não deixa. Também por lá andam uns competentes James Marsden e Parker Posey, esta última numa personagem irritante e dispensável.
A intriga que orienta o argumento é pouco mais do que banal, com uma sequência de acontecimentos bastante previsível, e a narrativa torna-se enfadonha no último terço, com cenas demasiado longas e redundantes, mas felizmente a película contém ainda tensão dramática suficiente de forma a que essas fragilidades não a atirem para a mediocridade, ainda que o balanço acabe por não ir além da mediania.
Um desequilibrado, mas interessante filme de aventuras, "Super-Homem: O Regresso" é um blockbuster com mais alma do que o habitual, emanando uma genuinidade atípica neste tipo de projectos, com acção bem filmada e algumas sequências de uma cativante densidade emocional.
Não chega a ser um filme marcante dentro do género, mas pelo menos, ao contrário de algumas adaptações recentes, também não envergonha a memória das personagens que recupera.
A homenagem é simpática e revela humildade, mas limita um pouco o filme e retira-lhe as doses de risco e personalidade que o realizador conseguiu injectar nos seus X-Men.
Embora pouco ousado, "Super-Homem: O Regresso" convence pois demonstra que Singer conseguiu captar a essência do carismático super-herói, destacando o seu carácter icónico e mítico e apostando num estilo retro larger than life, com um registo mais clássico (mas desencantado) do que, por exemplo, aquele que Chris Nolan adoptou no recente "Batman: O Início".
A escolha do elenco, à partida algo arriscada, revelou-se profícua, já que o quase desconhecido (até agora) Brandon Routh tem a imagem e atitude perfeitos para encarnar tanto Clark Kent como o seu alter-ego, oferecendo uma interpretação sóbria mas expressiva; Kate Bosworth mostra uma inesperada garra, determinação e coragem como Lois Lane e Kevin Spacey exibe a classe habitual no papel de Lex Luthor, compondo com eficácia um vilão que só não é mais entusiasmante porque o argumento não deixa. Também por lá andam uns competentes James Marsden e Parker Posey, esta última numa personagem irritante e dispensável.
A intriga que orienta o argumento é pouco mais do que banal, com uma sequência de acontecimentos bastante previsível, e a narrativa torna-se enfadonha no último terço, com cenas demasiado longas e redundantes, mas felizmente a película contém ainda tensão dramática suficiente de forma a que essas fragilidades não a atirem para a mediocridade, ainda que o balanço acabe por não ir além da mediania.
Um desequilibrado, mas interessante filme de aventuras, "Super-Homem: O Regresso" é um blockbuster com mais alma do que o habitual, emanando uma genuinidade atípica neste tipo de projectos, com acção bem filmada e algumas sequências de uma cativante densidade emocional.
Não chega a ser um filme marcante dentro do género, mas pelo menos, ao contrário de algumas adaptações recentes, também não envergonha a memória das personagens que recupera.
E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM
12 comentários:
ainda estou a pensar se vou ver ou não... lol :) A crítica só me tem confundido ainda mais...
Arrisca, és capaz de gostar, e um filme do Super-Homem não chega todos os dias :)
Concordo com a tua critica! Não fikei desiludido, mas também não excedeu as minhas expectativas!
Hmmm, não sei porquê mas este filme não me atrai minimamente =\
E também não faço a mínima ideia porquê, talvez por ser dos super-heróis que menos gosto. Acho que prefiro ir rever um dos DVD's dos dois filmes dos X-Men =X
S: Não está mal, mas de Singer esperava-se mais.
Dark Electronic: Também gosto mais dos X-Men, tanto na BD como nos filmes, mas ainda assim acho que vale a pena arriscar neste.
Achei o argumento muito previsível, o Lex poderia ser uma personagem mais trabalhada, a Kitty não faz lá nada e há sequências com um ritmo pouco estimulante.
Concordo, a direcção artística é boa.
Obrigado, bons filmes :)
Acho que por ouvir dizer "tão mal" e mesmo pessoalmente não indo com grandes expectativas para a sala de cinema acabei por ser surpreendida e gostar muito do filme! Aquele Lex Luthor poderia realmente estar ainda melhor, é um dos meus actores de eleição!
Penso que é um bom filme e vale a pena vê-lo num grande ecrã!
magnolias_forever: Sim, tem dividido opiniões, eu gostei mas acho que poderia ter sido melhor.
Nuno: Eu achei que era a personagem mais undimensional e a que proporcionou as cenas mais irritantes, até mesmo infantilóides. Opiniões... :)
Fica bem ()
Já sabes que me semi-desiludi. Concordo com as tuas observações acerca da Kitty(1 parvoíce de personagem). Também retirei negativamente 1 coisa do filme que parece não ter dito nada a ninguém(também não é nada de MUITO importante): 1 uso academista e mal trabalhado ou despropositado de coros no filme na tentativa de impressionar feericamente ao (mau)jeito de "Gangs of NY". Nos comics é Burton quem dá AS cartas. Ai se ele pegasse no Filipe Seems...
H.: Sim, tendo em conta as quase três década de diferença entre ambos, o primeiro foi, para a altura, mais impressionante. Talvez esta nova versão tenha sido apenas um ponto de partida para (eventuais e melhores) sequelas.
Turat Bartoli: Hum, essa questão dos coros passou-me ao lado, confesso, e nos comics prefiro o trabalho de Raimi com o Homem-Aranha do que o de Burton com o Batman (ele era tipo para pegar no Seems, caso conhecesse a BD, e um Lynch também não ficaria lá mal).
A ver muito, muito brevemente :).
Abraço
Fazes bem, bom filme :)
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