Autores de um dos discos de estreia mais aplaudidos de entre os muitos de bandas que reclamam a herança do pós-punk, "Silent Alarm" (2005), os londrinos Bloc Party editaram este ano um aguardado novo registo, que para muitos confirma a maldição do "difícil segundo álbum".
Menos consensual, "A Weekend in the City" não deixa de ser interessante e mesmo algo subestimado, mas o facto de não ser tão refrescante como o seu antecessor chegou para que houvesse quem questionasse a consistência da banda.
Esta dúvida terá ficado provavelmente esclarecida para quem assistiu ao concerto que fechou ontem a digressão europeia do grupo no Coliseu de Lisboa, onde o jovem quarteto comprovou a sua solidez ao vivo e, sobretudo, que as suas novas canções resultam bem melhor num palco do que em disco.
Menos consensual, "A Weekend in the City" não deixa de ser interessante e mesmo algo subestimado, mas o facto de não ser tão refrescante como o seu antecessor chegou para que houvesse quem questionasse a consistência da banda.
Esta dúvida terá ficado provavelmente esclarecida para quem assistiu ao concerto que fechou ontem a digressão europeia do grupo no Coliseu de Lisboa, onde o jovem quarteto comprovou a sua solidez ao vivo e, sobretudo, que as suas novas canções resultam bem melhor num palco do que em disco.
Com um alinhamento que intercalou equilibradamente temas dos dois álbuns, o espectáculo começou de forma enérgica, com «Song for Clay (Dissapear Here)», que também é a faixa de abertura de "A Weekend in the City", e foi evoluindo num crescendo de intensidade, investindo ora em episódios de elevada carga visceral ora em belíssimos momentos mais apaziguados e introspectivos.
A massiva dose de aplausos registada assim que o grupo entrou em palco atestou que grande parte do público já estava ganho à partida, mas ao longo da actuação apenas se confirmou que a banda foi merecedora das constantes ovações.
Afáveis e humildes, revelaram ainda uma entrega assinalável, em especial o vocalista Kele Okereke, que se dirigiu várias vezes aos espectadores e encetou consideráveis tentativas de diálogo em português. Nem sempre conseguiu, embora o esforço já tenha sido suficiente para ajudar a que se formasse uma atmosfera acolhedora com diversos pontos de ebulição durante cerca de hora e meia.
«Banquet», apesar de ser repetidamente difundido um pouco por todo o lado, continua a ser um single arrebatador, que confirma que os Bloc Party são capazes do melhor, e o seu carisma foi evidente na recepção que obteve do público. Igualmente explosivos foram «Hunting for Witches», um óbvio sucessor natural, ou «Like Eating Glass», propostas que deixaram um irrecusável convite à dança.
A massiva dose de aplausos registada assim que o grupo entrou em palco atestou que grande parte do público já estava ganho à partida, mas ao longo da actuação apenas se confirmou que a banda foi merecedora das constantes ovações.
Afáveis e humildes, revelaram ainda uma entrega assinalável, em especial o vocalista Kele Okereke, que se dirigiu várias vezes aos espectadores e encetou consideráveis tentativas de diálogo em português. Nem sempre conseguiu, embora o esforço já tenha sido suficiente para ajudar a que se formasse uma atmosfera acolhedora com diversos pontos de ebulição durante cerca de hora e meia.
«Banquet», apesar de ser repetidamente difundido um pouco por todo o lado, continua a ser um single arrebatador, que confirma que os Bloc Party são capazes do melhor, e o seu carisma foi evidente na recepção que obteve do público. Igualmente explosivos foram «Hunting for Witches», um óbvio sucessor natural, ou «Like Eating Glass», propostas que deixaram um irrecusável convite à dança.
A aura quase tribal de «The Prayer» foi outro episódio a registar, assim como o cativante sentido de urgência da grande canção que é «This Modern Love». No meio destas tempestades de guitarras surgiram oportunos cenários de teor mais calmo, casos das delicadas «I Still Remember» e «So Here We Are» ou da pérola «Sunday», um dos melhores momentos de "A Weekend in the City". O caos voltaria a instalar-se no tema de despedida, «Pioneers», perfeito para encerrar um concerto que foi edificando uma notável envolvência emocional.
A coesão da banda foi complementada por elegante trabalho de iluminação, que apostando essencialmente em tons de azul e vermelho gerou uma cenografia apropriada às particularidades das canções. Menos bem-vindos foram alguns problemas de som, que vitimaram com demasiada frequência uma actuação de resto irrepreensível por parte de uma banda no auge.
«Just give me moments, not hours or days», cantou Okereke em «Waiting for the 7.18», pedido a que acabou por aceder ao participar numa série de muitos momentos marcantes, certamente memoráveis para grande parte dos seus espectadores, ou não tivessesm estado perante um dos grandes concertos do ano.
A coesão da banda foi complementada por elegante trabalho de iluminação, que apostando essencialmente em tons de azul e vermelho gerou uma cenografia apropriada às particularidades das canções. Menos bem-vindos foram alguns problemas de som, que vitimaram com demasiada frequência uma actuação de resto irrepreensível por parte de uma banda no auge.
«Just give me moments, not hours or days», cantou Okereke em «Waiting for the 7.18», pedido a que acabou por aceder ao participar numa série de muitos momentos marcantes, certamente memoráveis para grande parte dos seus espectadores, ou não tivessesm estado perante um dos grandes concertos do ano.
Antes dos quatro londrinos, o Coliseu recebeu os d3ö, que de Coimbra trouxeram um rock abrasivo e directo, porém sem grandes sinais de personalidade. O trio assinalou uma actuação empenhada e com conseguidos momentos de comunicação com o público, não deixando contudo especial curiosidade em relação às suas canções.
Mais inusitado foi o intervalo entre o fim do concerto do grupo e a chegada dos Bloc Party, que começou ao som de «Pump the Jam», dos Technotronic, passando depois por algum house e techno de gosto duvidoso - e com direito a aviõezinhos telecomandados pelo meio -, mas eficaz na preparação de uma atmosfera animada e expectante. A espera, como se veria depois, valeu a pena, e quem não viu ainda poderá confirmar a boa forma da banda em palcos nacionais no festival Super Bock Super Rock, a 3 de Julho.
Mais inusitado foi o intervalo entre o fim do concerto do grupo e a chegada dos Bloc Party, que começou ao som de «Pump the Jam», dos Technotronic, passando depois por algum house e techno de gosto duvidoso - e com direito a aviõezinhos telecomandados pelo meio -, mas eficaz na preparação de uma atmosfera animada e expectante. A espera, como se veria depois, valeu a pena, e quem não viu ainda poderá confirmar a boa forma da banda em palcos nacionais no festival Super Bock Super Rock, a 3 de Julho.
E O VEREDICTO É: 4/5 - MUITO BOM
Fotos: Vera Moutinho
Bloc Party - "The Prayer"
12 comentários:
Muito bom mesmo! Para mim o maior momento foi proporcionado pela "The Prayer", mas quase todo o concerto foi espectacular. O som dos Bloc Party continua a ser um dos maelhores da actualidade, talvez acompanhado de perto pelo som dos Arcade Fire.
Abraço Gonçalo ;)
Já gostava deles em disco, mas ao vivo funcionam muito melhor; pelo menos neste concerto, coeso e sem momentos mortos.
Fica bem :)
Apesar de ser diferente no espaço e na atmosfera, arriscaria dizer que foi tão bom como Coura o ano passado. Belo concerto de facto! E a Banquet é sempre aquela euforia...
Como eu gosto destes rapazes :D
Não fui a Paredes de Coura, o que para mim só tornou o desta sexta mais surpreendente. Já esperava gostar, mas não tanto.
Também estive no concerto e gostei bastante. Muito enérgicos e simpáticos!
Acho que é difícil não gostar de um concerto destes :)
finalmente de acordo.
[]
Sim, segundo me lembro não estavas nada contente com o segundo disco dos rapazes :)
infelizmente não fui ao concerto, mas o som "cru" que estes senhores emanam agrada-me bastante, principlamente este ultimo album.
Tens que fazer um abaixo-assinado para eles começarem a descentralizar ou a vir mais vezes à capital ;)
no SBSR desforro-me! além disso, aproveito para "matar" saudades dos Arcade Fire e do GRANDE concerto que deram a última (e única?) vez que estiveram cá!
Então talvez nos encontremos por lá, até porque nunca vi os Arcade ao vivo :)
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