O filme começa sem que nada se saiba sobre ela, e quando termina o espectador continua sem ter muitas pistas sobre a identidade ou as motivações da protagonista de "Day Night Day Night", segunda experiência na realização de Julia Loktev depois do documentário "Moment of Impact".
Nesta obsessiva viagem centrada na missão de uma jovem bombista que se prepara para um atentado suicida em Nova Iorque, Loktev não se perde em explicações e limita-se a focar a acção, tanto a dos testes da aspirante a terrorista, que ocupam cerca de dois terços da película, como as peripécias decorridas posteriormente em Times Square, local para onde se planeou o atentado.
Nesta obsessiva viagem centrada na missão de uma jovem bombista que se prepara para um atentado suicida em Nova Iorque, Loktev não se perde em explicações e limita-se a focar a acção, tanto a dos testes da aspirante a terrorista, que ocupam cerca de dois terços da película, como as peripécias decorridas posteriormente em Times Square, local para onde se planeou o atentado.
Tal como "O Paraíso, Agora!", de Hany Abu-Assad, também "Day Night Day Night" oferece um retrato de uma missão terrorista avesso a estereótipos, histerias e facilitismos. O facto das atitudes e postura da personagem principal pelas ruas de Nova Iorque serem tão prosaicas e discretas apenas alarga o nível de inquietação gerado pelo filme, que sugere que o perigo pode surgir mesmo onde menos se espera.
A actriz protagonista, Luisa Williams, é seguida pela câmara ao longo de uma hora e meia de nervosismo crescente, e a sua interpretação sóbria mas intensa é determinante para que "Day Night Day Night" consiga perturbar e descoordenar. Aparentemente uma adolescente silenciosa, tímida e educada, encontra-se no entanto numa situação pouco habitual mas o filme nunca chega a revelar o que a levou até lá, o que o torna num objecto especialmente enigmático e intrigante.
Durante uma primeira parte, onde a protagonista se prepara para a missão num quarto de hotel com a ajuda pessoas que permanecem anónimas, "Day Night Day Night" é uma obra tão rigorosa, claustrofóbica e clínica que se arrisca a deixar o espectador tão esgotado como a jovem terrorista. Nas ruas de Times Square há alguma descompressão na narrativa, pois embora os grandes planos ainda predominem o filme ganha maior fôlego quando o argumento abre espaço para algumas surpresas estrategicamente colocadas.
A película resulta melhor nos segmentos finais, mas mesmo sendo desequilibrada mostra uma realizadora e uma actriz com méritos mais do que evidentes, o que só por si já bastaria para destacar este como um título a ver.
A actriz protagonista, Luisa Williams, é seguida pela câmara ao longo de uma hora e meia de nervosismo crescente, e a sua interpretação sóbria mas intensa é determinante para que "Day Night Day Night" consiga perturbar e descoordenar. Aparentemente uma adolescente silenciosa, tímida e educada, encontra-se no entanto numa situação pouco habitual mas o filme nunca chega a revelar o que a levou até lá, o que o torna num objecto especialmente enigmático e intrigante.
Durante uma primeira parte, onde a protagonista se prepara para a missão num quarto de hotel com a ajuda pessoas que permanecem anónimas, "Day Night Day Night" é uma obra tão rigorosa, claustrofóbica e clínica que se arrisca a deixar o espectador tão esgotado como a jovem terrorista. Nas ruas de Times Square há alguma descompressão na narrativa, pois embora os grandes planos ainda predominem o filme ganha maior fôlego quando o argumento abre espaço para algumas surpresas estrategicamente colocadas.
A película resulta melhor nos segmentos finais, mas mesmo sendo desequilibrada mostra uma realizadora e uma actriz com méritos mais do que evidentes, o que só por si já bastaria para destacar este como um título a ver.
E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM
"Day Night Day Night" é uma das obras em competição na quarta edição do IndieLisboa
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