Mesmo não sendo uma das referências essenciais do trip-hop, os belgas Hooverphonic possuem uma interessante discografia que os torna num dos bons projectos do género, sabendo dosear sofisticação e subtileza com uma inteligente sensibilidade (dream) pop.
“The Magnificent Tree”, o seu terceiro álbum, editado em 2000, dá continuidade aos ambientes etéreos e intimistas que vincaram a sonoridade dos anteriores “A New Stereophonic Sound Spectacular” e “Blue Wonder Power Milk”, mas reduz consideravelmente as texturas esparsas e enigmáticas desses registos, apresentando composições mais imediatas, mas ainda absorventes.
“Autoharp”, o magnífico tema de abertura, possui ainda uma estrutura intrincada e intrigante, gerando atmosferas oníricas e sedutoras próximas dos melhores momentos dos discos anteriores.
Contudo, a segunda canção do alinhamento, “Mad About You”, aposta em já tons mais acessíveis – assim como a maioria das restantes -, sendo, de resto, o single mais emblemático da banda, conseguindo ser radiofónico sem cair no facilitismo (e convence, mesmo sendo um pastiche dos Portishead).
Envolvente e agridoce, “The Magnificent Tree” não se aproxima da genialidade mas mantém-se igualmente distante da mediocridade, proporcionando um cardápio sonoro sólido e cativante, que tanto contém baladas cristalinas (“Out of Sight”), torch songs imponentes (“Vinegar & Salt”) ou concentrados de pop negra e claustrofóbica (“Everytime We Live Together We Die a Bit More”).
A voz límpida e insinuante de Geike Arnaert e a sobriedade dos arranjos e da produção contribuem para que o álbum resulte e se torne recomendável, em especial para admiradores das electrónicas invernosas dos Massive Attack, Lamb, Flunk, Gus Gus, Madonna (fase “Ray of Light”) e Sneaker Pimps. Um bom motivo, portanto, para (re)descobrir este consistente trio belga.
E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM
11 comentários:
grande album este, aliás, os Hooverphonic têm na sua discografia um impressionante equilibrio, lançando sempre albuns na média ou acima da média! A ouvir!
Pois têm, mas embora goste de todos os seus discos acho que ainda não editaram "o" álbum. Enfim, se mantiverem este nível também não ficamos mal servidos...
conheço-os de uma forma superficial e também acho que ainda falta editarem "o disco" para serem recordados no futuro.
Sim, mas merecem ser ouvidos com alguma atenção, de qualquer forma...
é o único álbum que conheço deles. tem uma sonoridade bastante agradável e doce :)
Se gostas deste experimenta ouvir os outros que não deves sair desiludida :)
Esta banda tem a particularidade de editar novas músicas todas as semanas no seu site oficial. http://www.hooverphonic.com/disco/no_more.html
Há uns 2/3 anos atrás ouvia muito Hooverphonic! Entretanto deixei de os ouvir, não tenho tido noticias deles, mas acho que agora vou voltar a ouvir algumas músicas que são bem agradáveis...
Blacksheep: Ena, obrigado pela sugestão :)
Spaceboy: O disco mais recente deles. "Jackie Cane", é de 2002, realmente já não dão notícias há uns tempos...
Não gostei muito do "Jackie Cane",mas na altura do 1º disco, em que ainda se chamavam apenas Hoover foi uma das minhas paixões que até hoje não desiludiram. Se bem me lembro nesse 1º disco tem músicas cantadas em várias linguas.Francês, espanhol e até um pouco de português, e claro está o inglês.
Boa repescagem.
O "New Stereophonic Spectacular"? Mas aí já se chamavam Hooverphonic.
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