“Paranóia” (Disturbia) tinha, à partida, dois elementos pouco promissores a jogar contra si: o primeiro, ser descrito por muitos como uma versão light e teen de “Janela Indiscreta”, de Alfred Hitchcock; o segundo, ser realizado por D.J. Caruso, tarefeiro cuja filmografia inclui títulos genéricos como “Tirar Vidas” ou “Aposta de Risco”.
E no entanto, apesar dessas condicionantes, o filme não só resulta como é uma das melhores surpresas de um Verão pobre em blockbusters memoráveis, apresentando um ritmo e uma energia que, ficando longe de revolucionários, são pelo menos mais aliciantes do que grande parte das alternativas do género em cartaz.
“Paranóia” centra-se na rotina diária de Kale, um adolescente de dezassete anos que é condenado a três meses de prisão domiciliária por agredir um professor (fruto de um acesso de raiva provocado pela morte recente do pai). Obrigado a usar uma pulseira electrónica que praticamente o impede de ir mais longe do que o seu jardim, o protagonista fica entregue ao tédio que se acentua quando a mãe o impossibilita de aceder a serviços tão essenciais como o i-tunes ou a Xbox, o que o leva a procurar outras formas de entretenimento, com especial destaque para a observação dos vizinhos.
E no entanto, apesar dessas condicionantes, o filme não só resulta como é uma das melhores surpresas de um Verão pobre em blockbusters memoráveis, apresentando um ritmo e uma energia que, ficando longe de revolucionários, são pelo menos mais aliciantes do que grande parte das alternativas do género em cartaz.
“Paranóia” centra-se na rotina diária de Kale, um adolescente de dezassete anos que é condenado a três meses de prisão domiciliária por agredir um professor (fruto de um acesso de raiva provocado pela morte recente do pai). Obrigado a usar uma pulseira electrónica que praticamente o impede de ir mais longe do que o seu jardim, o protagonista fica entregue ao tédio que se acentua quando a mãe o impossibilita de aceder a serviços tão essenciais como o i-tunes ou a Xbox, o que o leva a procurar outras formas de entretenimento, com especial destaque para a observação dos vizinhos.
Se inicialmente o que Kale espia se resumea situações mais ou menos prosaicas, de onde se evidenciam os mergulhos na piscina de Ashley, a nova e atraente girl next door, aos poucos vai crescendo a desconfiança em relação ao que outro recém-chegado vizinho, Mr. Turner, esconde na sua garagem, e às actividades que decorrem em sua casa.
À medida que vai juntando pistas, Kale reforça a suspeita de que este é um serial killer procurado pela polícia, e embora consiga fazer com que o seu melhor amigo e até mesmo a idolatrada Ashley o ajudem na procura de respostas acerca dessa desconfiança, as suas investigações apenas lhe trazem mais problemas e alastram a sua fama de “jovem problemático”, levando a que seja encarado pela polícia e vizinhos como alguém à beira da paranóia.
Caruso divide o filme em duas partes distintas cuja união não resulta forçada, dando à primeira um tom ligeiro e espirituoso e trabalhando na segunda atmosferas mais densas e sinuosas. Ambas convencem, já que a aliança entre comédia e suspense surge de forma natural e não causa solavancos na narrativa, ainda que o realizador seja um pouco comedido nos sustos que tenta gerar, pois “Paranóia” não perderia nada se a atmosfera que o domina na segunda parte fosse mais negra e sufocante.
Mesmo assim, o que proporciona é satisfatório, sobretudo nos momentos em que emprega as novas tecnologias no atribulado processo de investigação dos três jovens voyeurs, sendo curioso atentar à forma como este cruza computadores, handycams, telemóveis e os tradicionais binóculos.
À medida que vai juntando pistas, Kale reforça a suspeita de que este é um serial killer procurado pela polícia, e embora consiga fazer com que o seu melhor amigo e até mesmo a idolatrada Ashley o ajudem na procura de respostas acerca dessa desconfiança, as suas investigações apenas lhe trazem mais problemas e alastram a sua fama de “jovem problemático”, levando a que seja encarado pela polícia e vizinhos como alguém à beira da paranóia.
Caruso divide o filme em duas partes distintas cuja união não resulta forçada, dando à primeira um tom ligeiro e espirituoso e trabalhando na segunda atmosferas mais densas e sinuosas. Ambas convencem, já que a aliança entre comédia e suspense surge de forma natural e não causa solavancos na narrativa, ainda que o realizador seja um pouco comedido nos sustos que tenta gerar, pois “Paranóia” não perderia nada se a atmosfera que o domina na segunda parte fosse mais negra e sufocante.
Mesmo assim, o que proporciona é satisfatório, sobretudo nos momentos em que emprega as novas tecnologias no atribulado processo de investigação dos três jovens voyeurs, sendo curioso atentar à forma como este cruza computadores, handycams, telemóveis e os tradicionais binóculos.
O elenco também ajuda, em especial a prestação de Shia LaBeouf, que já tinha sido um dos pontos fortes de “Transformers” e aqui volta a brilhar, e ainda que não haja grandes diferenças no registo adoptado o jovem actor dá mais um passo no caminho que parece levá-lo a tornar-se num dos mais valiosos novos talentos de Hollywood. David Morse, na pele do antagonista, compensa o pouco tempo em cena com uma interpretação apropriadamente sorumbática, e a sua presença arrepiante quase faz esquecer que a sua personagem não tem muita espessura. Carrie-Anne Moss exibe a segurança e elegância habituais e Sarah Roemer e Aaron Yoo são competentes, mesmo que sem desempenhos dignos de registo.
Vincado por uma assinalável eficácia industrial, “Paranóia” pode não ser um grande filme mas pelo menos também não envergonha ninguém, destacando-se como um entretenimento escorreito e inteligente q.b., combinação que vai sendo cada vez mais difícil de encontrar e que D.J. Caruso, desta vez, conseguiu atingir.
Vincado por uma assinalável eficácia industrial, “Paranóia” pode não ser um grande filme mas pelo menos também não envergonha ninguém, destacando-se como um entretenimento escorreito e inteligente q.b., combinação que vai sendo cada vez mais difícil de encontrar e que D.J. Caruso, desta vez, conseguiu atingir.
E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM
6 comentários:
Por tê-lo associado a mais um filme "teen" fui evitando-o ao ponto de o ter trocado pela versão portuguesa (por engano) dos Simpsons!
Bom, não deixa de ser um filme teen, mas não num sentido pejorativo.
Simpsons em versão portuguesa é que já acho que é mesmo a evitar :S
Nao cheguei a ver ainda, mas o jovem actor tem futuro, pelo menos pelo feedback dado nos "Transformers" =)
Esteve bem nesse e está bem neste também. Promete, de facto.
já vi este paranoia e recomendo, é um tempo bem passado no cinema, muito melhor que o chatinho simpsons...
Gostei de ambos, mas ainda assim mais de "Os Simpsons", que não achei chato. Talvez tivesses expectativas demasiaddo altas...
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