Num Verão especialmente recheado de estreias de segundos e terceiros episódios de várias sagas, a maioria aquém das expectativas, "Die Hard 4.0 - Viver ou Morrer" (Live Free or Die Hard) até era um dos que se incluiria, à partida, nos menos promissores, já que o cargo de realizador de serviço para esta quarta aventura foi entregue a Len Wiseman, cujos créditos incluem o pouco auspicioso "Underworld - Submundo" e a sua sequela.
Contudo, apesar dessa suposição dominada por alguma relutância, o regresso de John McClane merece ser saudado, pois este é um blockbuster que, não trazendo nada de novo, cumpre exemplarmente a sua tarefa de proporcionar um aceleradíssimo e bem oleado entretenimento, condimentado por doses muito generosas de acção e humor.
Contudo, apesar dessa suposição dominada por alguma relutância, o regresso de John McClane merece ser saudado, pois este é um blockbuster que, não trazendo nada de novo, cumpre exemplarmente a sua tarefa de proporcionar um aceleradíssimo e bem oleado entretenimento, condimentado por doses muito generosas de acção e humor.
Sim, o filme investe em território pisado e repisado inúmeras vezes, dentro e fora da saga, e quem não aderiu aos episódios anteriores não terá aqui atractivos que façam mudar de ideias. Mas o que interessa é saber se "Die Hard 4.0 - Viver ou Morrer" respira e está à altura do espírito das aventuras do carismático anti-herói encarnado por Bruce Willis, e nesse departamento sai-se surpreendentemente bem, o que não seria fácil tendo em conta que dois dos títulos anteriores foram assinados por John McTiernan e o primeiro é uma referência dentro do género.
Len Wiseman não demonstra aqui grandes ideias que o levem a ser considerado um realizador particularmente digno de nota, ainda que seja um tarefeiro empenhado em nunca deixar o filme cair no marasmo. Arranca, pelo menos, um assinalável equilíbrio entre sequências de acção musculada e gags certeiros, ocasionalmente irónicos e auto-conscientes e nunca metidos a martelo, que vivem muito da atitude única de um protagonista que só poderia ser assegurado por Willis. O actor não se leva demasiado a sério e adere, como nos episódios antecessores, a 100% ao desbragamento trepidante de sucessivas cenas de perseguição e tiroteio, revelando-se incansável e numa forma física susceptível de causar inveja a muitos jovens (aspirantes a) estrelas.
Len Wiseman não demonstra aqui grandes ideias que o levem a ser considerado um realizador particularmente digno de nota, ainda que seja um tarefeiro empenhado em nunca deixar o filme cair no marasmo. Arranca, pelo menos, um assinalável equilíbrio entre sequências de acção musculada e gags certeiros, ocasionalmente irónicos e auto-conscientes e nunca metidos a martelo, que vivem muito da atitude única de um protagonista que só poderia ser assegurado por Willis. O actor não se leva demasiado a sério e adere, como nos episódios antecessores, a 100% ao desbragamento trepidante de sucessivas cenas de perseguição e tiroteio, revelando-se incansável e numa forma física susceptível de causar inveja a muitos jovens (aspirantes a) estrelas.
O argumento, no fundo uma desculpa para um concentrado de momentos que testam continuamente a verosimilhança, até tem alguma ressonância dos tempos actuais, já que os vilões são ciberterroristas cuja sabotagem aos serviços dos EUA que recorrem a tecnologias inviabiliza ou descoordena muitas das estruturas de transportes, energia ou comunicação.
No entanto, o melhor que daí resulta é ver a forma como John McClane reage e é encarado num mundo tecnologicamente mais avançado, onde o seu papel de agente da velha guarda é subestimado por muitos, tanto aliados como inimigos, o que desencadeia algumas das melhores piadas do filme.
Os antagonistas não são figuras muitos convincentes, pois Maggie Q limita-se à função de agente robótica e sensual e Timothy Olyphant é caracterizado apenas pela obstinação, e ainda que as suas motivações sejam explanadas ao longo do filme não vai muito além da caricatura. Mais conseguido é o sidekick de McClane, um jovem hacker interpretado pelo relativamente desconhecido Justin Long que gera empatia e tem boa química com Willis. Ainda acerca de geeks, o realizador Kevin Smith tem aqui uma participação especial também como hacker, que proporciona alguns momentos de humor inspirado e oportuno.
No entanto, o melhor que daí resulta é ver a forma como John McClane reage e é encarado num mundo tecnologicamente mais avançado, onde o seu papel de agente da velha guarda é subestimado por muitos, tanto aliados como inimigos, o que desencadeia algumas das melhores piadas do filme.
Os antagonistas não são figuras muitos convincentes, pois Maggie Q limita-se à função de agente robótica e sensual e Timothy Olyphant é caracterizado apenas pela obstinação, e ainda que as suas motivações sejam explanadas ao longo do filme não vai muito além da caricatura. Mais conseguido é o sidekick de McClane, um jovem hacker interpretado pelo relativamente desconhecido Justin Long que gera empatia e tem boa química com Willis. Ainda acerca de geeks, o realizador Kevin Smith tem aqui uma participação especial também como hacker, que proporciona alguns momentos de humor inspirado e oportuno.
Filme de acção back-to-basics, sem a overdose de CGI que contamina muita da concorrência actual, "Die Hard 4.0 - Viver ou Morrer" é uma maratona desconcertante onde, tal como McClane, também o espectador se arrisca a perder o fôlego no meio de carros que atingem helicópetros em pleno vôo, de outros que circulam em sentido contrário num túnel sem iluminação ou, porque não, de uma luta corpo-a-corpo num automóvel preso num elevador (!).
Já que é para servir cargas massivas de energia cinética, Len Wiseman não faz a coisa por menos e, ainda que formulaico, este é um blockbuster vitaminado que funciona e impressiona. Efémero? Claro que sim. Descartável? Também, mas nem por isso despiciendo desde que não se peça mais do que duas horas de escapismo em estado bruto.
Já que é para servir cargas massivas de energia cinética, Len Wiseman não faz a coisa por menos e, ainda que formulaico, este é um blockbuster vitaminado que funciona e impressiona. Efémero? Claro que sim. Descartável? Também, mas nem por isso despiciendo desde que não se peça mais do que duas horas de escapismo em estado bruto.
E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM
6 comentários:
Vi os anteriores muito recentemente, acho mesmo que terá sido em 2006. Neste momento é o único dos filmes em sala que me desperta alguma curiosidade.
Eu já os vi há uns quantos anos, justifica-se o revisionamento até porque as impressões foram boas.
Mas nas salas há, ainda assim, mais filmes com interesse, como "A Rapariga Morta" ou "Zodiac".
Ia com as expectativas em baixo (Len Wiseman era o principal culpado), mas acabei por sair extremamente satisfeito. Porque por mais defeitos que o filme tenha (e tem, bastantes), esta poderá ter sido a última vez que demos de caras com John McClane. E logo em grande forma. E é destes momentos que nos recordaremos daqui a muitos e muitos anos: Aquela vez que fomos ao cinema ver o último Rocky ou o último Die Hard.
Um abraço Gonçalo.
Eu percebo que para um fã o facto do filme ser bonzinho quase passe por excelente, sobretudo tendo em conta o o currículo duvidoso do realizador. Mas sim, se a saga de McClane ficar por aqui, não termina nada mal.
Fica bem :)
Quando vim aqui da última vez havia um post de uma pessoa que te mandava corrigir um erro, agora que o corrigiste apagaste o post para ninguém saber? Sou leitor assíduo do teu blog e fico muito desiludido contigo.
Sim, apaguei o post, e não, não foi por esse o motivo. Se o leste deves ter reparado que, para além da sugestão de correcção (bem-vinda, como aliás já ocorreu noutros casos e agradeci) a tal "pessoa" (que convenientemente assinou como "anónimo") dirigiu-se a mim com uma linguagem, no mínimo, pouco educada. E como sou o responsável pelo blog, tenho pleno direito de eliminar posts dessa índole. Já agora, a gralha que apontou foi na palavra "verosimilhança", já que eu tinha escrito "verossimilhança". O resto da mensagem era pura má educação e, como não sou obrigado a tolerá-la nem posso editar posts, apaguei-a. Aliás, depois até escreveu outra, mas como a linguagem deselegante se manteve, tomei a mesma atitude. Bastava tê-la escrito educadamente, como tu, e não haveria problema algum :)
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